PL ensaia reivindicar Presidência do Senado; aliados de Pacheco buscam reação
A expectativa da legenda é contar com até 17 senadores em 2023
Após eleger oito senadores e ter a perspectiva de contar com a maior bancada partidária no Senado no ano que vem, o PL já ensaia reivindicar a Presidência do Senado, atualmente sob o comando de Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Nenhuma articulação deve avançar com força até depois do segundo turno da eleição presidencial, inclusive porque a correlação de forças políticas depende de quem se consagrará vencedor ao Planalto – se Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou Jair Bolsonaro (PL).
No entanto, integrantes do PL, partido do atual presidente da República, sinalizaram nos bastidores ser “absolutamente natural” que, com a bancada formada, sejam “o pivô dessa construção” à Presidência do Senado. A expectativa da sigla é contar com até 17 senadores em 2023.
Alguns possíveis candidatos do PL e da base aliada do governo Bolsonaro, se este vencer a corrida presidencial, começaram a ser ventilados em Brasília. Entre eles, os líderes do governo Eduardo Gomes (PL-TO) e Carlos Portinho (PL-RJ), por exemplo.
Também se fala em Damares Alves (Republicanos-DF, eleita agora), Wellington Fagundes (PL-MT), Tereza Cristina (PP-MS, eleita agora), Ciro Nogueira (PP-PI, se voltar ao Senado) e Mecias de Jesus (Republicanos-RR).
Seguindo o pragmatismo do centrão, porém, em último caso, se Lula ganhar a disputa ao Planalto, o PL não descarta nem mesmo apoiar Pacheco à reeleição, apurou a reportagem.
Diante da sinalização da preferência do PL de pleitear a Presidência do Senado, aliados de Pacheco – ou adversários de Bolsonaro – esboçam uma reação.
Representantes do PT conversaram com Pacheco em busca de apoio dele, mesmo que indireto, à campanha eleitoral de Lula em Minas Gerais. Também querem a força dele em prol do petista dentro do PSD, que liberou seus filiados a apoiarem quem preferirem. Por sua vez, o PT pode ficar ao lado do atual comandante do Senado no futuro.
Há ainda quem defenda uma aliança partidária maior entre PT, Podemos, União Brasil e PSD para enfrentar o PL na futura disputa à Presidência do Senado, seja com Pacheco candidato ou não. Neste caso, numa projeção otimista, um senador do eventual grupo estima que poderiam contar com cerca de 50 parlamentares – são necessários, ao menos, 41 entre 81 votos para um candidato vencer a disputa ao comando do Senado.
Mesmo assim, há quem enxergue essa possibilidade com certo ceticismo e veja alas desses partidos buscando a eventual união somente para negociar melhor no futuro outras cadeiras na Mesa Diretora da Casa.