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    “Acreditem nos fatos econômicos, não nas narrativas políticas”, diz Guedes

    Durante evento da Associação Brasileira de Supermercados, ministro da Economia também destacou que país espera receber uma nova injeção de capital externo

    Mathias Broteroda CNN , em Campinas

    A menos de 15 dias das eleições, o ministro da Economia, Paulo Guedes pediu a representantes do setor de supermercados que não acreditem no que chamou de “narrativas políticas”. A expressão foi repetida por Guedes ao menos cinco vezes, em palestra virtual durante a convenção da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), realizada nesta terça-feira (20), em Campinas, no interior de São Paulo.

    O ministro disse que parte das “narrativas políticas” vem de militância, que de acordo com ele, está “apedrejando o Governo desde o primeiro dia” e descredenciando a economia brasileira. “Acreditem nos fatos econômicos, não nas narrativas políticas. As narrativas políticas são de que o Brasil está sem rumo, com populismo fiscal, sem perspectiva de crescimento para o ano que vem”, disse.

    O ministro ainda comparou a condição em que o governo brasileiro estava, quando a gestão de Jair Bolsonaro assumiu o Palácio do Planalto, com a situação atual de países da América Latina. “A América Latina está desmanchando sob os governos de esquerda, como o Brasil estava desmanchando quando nós chegamos aqui e encontramos um governo quebrado”.

    Acordos internacionais

    Paulo Guedes também discorreu sobre medidas comandadas por sua pasta, na política internacional. Ele disse que o Brasil é o “porto seguro de investimentos do mundo inteiro” e afirmou que o governo brasileiro se prepara para selar um acordo com a Polônia para eliminar a bitributação entre os países. O governo pretende firmar o mesmo modelo de parceria com o Reino Unido até o fim do ano, antecipou o ministro.

    De acordo com Guedes, o Brasil é a uma referência no exterior para investimentos de economia renovável. O ministro falou que o país espera receber uma nova injeção de capital externo, pois é visto como a reserva de segurança energética da Europa, em meio à interrupção de gás natural, causada pela guerra na Ucrânia, além de uma reserva de segurança alimentar do mundo.

    Emprego e salários

    Durante pouco mais de meia-hora, Paulo Guedes destacou propostas do governo do presidente Jair Bolsonaro, como o Auxílio Emergencial e programas sociais para a criação e manutenção de empregos.

    Após traçar um panorama sobre a eficiência atingida pelo governo com a digitalização da máquina pública e a redução do quadro de servidores que se aposentaram, Guedes disse que o salários poderão aumentar, “dentro da responsabilidade fiscal”.

    “Poderemos dar aumento de salários moderados e baseados em inflação prospectiva daqui para a frente. Vamos daqui para a frente manter o poder aquisitivo ou até aumentar o poder aquisitivo dos salários”, afirmou.

    Guedes também contou que após reunião com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), Guatavo Montezano, ficou acertado que até o final do ano, a instituição financeira devolverá entre R$ 80 bilhões a R$ 90 bilhões ao governo, no que o ministro apelidou de “despedalada final”.

    Paulo Guedes também também afirmou que o governo pretende privatizar o Porto de Santos ainda neste ano.