Banqueiros querem juros menores e digitalização mais eficiente em 2023
Presidentes do Banco do Brasil, Caixa e Bradesco disseram que apostam em serviços como Pix e Open Finance para aprimorar os serviços disponibilizados ao consumidor
Representantes do setor bancário discorreram, nesta terça-feira (9), sobre as expectativas de instituições cada vez mais digitalizadas e a esperança de juros menores no ano que vem, à medida que a inflação mostra sinais de arrefecimento.
A presidente da Caixa, Daniella Marques, o presidente do Banco do Brasil, Fausto de Andrade Ribeiro, e o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, participaram do painel de abertura do Febraban Tech 2022, às 11h desta terça-feira, na Bienal de São Paulo.
“Para 2023, esperamos que a gente consiga debelar esse fantasma da inflação. Tudo que eu torço e peço é que a gente não tenha uma taxa de juros alta e as pessoas possam alongar suas dívidas, com uma taxa de juros mais baixa para que todos possam pagar”, disse Octavio.
Logo no início do evento, a presidente da Caixa, Daniella Marques, teve que se ausentar por conta de compromissos do banco.
Antes de deixar o palco, Daniella afirmou que as transformações digitais já acontecem no Brasil, e a tendência é ampliar os serviços que vem sendo implementados.
“Para que a gente desenvolva o cidadão, você insere ele no mercado e consequentemente nos produtos. Quando a gente olha para Pix, Open Finance e Open Banking, vemos tudo isso através da tecnologia. Então eu acredito que essa inovação representa uma grande oportunidade para o Brasil e para o consumidor”, destacou.
Durante o painel, o Pix foi apresentado como uma case de sucesso pelas três lideranças presentes. Segundo o moderador João Borges, diretor da Febraban, o Pix já realizou mais de 14 bilhões de transações e movimentou cerca de R$ 7.5 trilhões.
Os banqueiros disseram que esperam que o sucesso da ferramenta de pagamento instantâneo do BC mantenha a onda positiva de adesão dos brasileiros aos outros serviços que tiveram início no ano passado.
O presidente do Banco do Brasil, Fausto de Andrade Ribeiro, destacou que a instituição aposta no Open Finance, serviço que oferece produtos personalizados aos clientes que compartilharem seus dados, de acordo com as características analisadas de cada um.
“Pretendemos ofertar a melhor experiência para o cliente, a partir do compartilhamento de dados, para que possamos construir ofertas personalizadas. O desafio é fazer isso em escala”, afirmou.
“Nós demos a largada há pouco tempo, mas já aprendemos que 90% de quem compartilhou os dados com a gente teve soluções personalizadas. O índice de efetividade dessas ofertas foi o dobro em comparação daquelas que eram feitas às cegas”, ressaltou.
Tanto Octavio de Lazari quanto Fausto de Andrade Ribeiro acreditam que a digitalização das instituições deve estar mais acelerada a partir do próximo ano.
“Queremos um banco digital na prática, que tenha processos que se iniciem e terminem digitalmente. Estamos trabalhando para retirar etapas que levem o cliente até uma agência. Além disso, buscamos uma especialização cada vez maior na rede de atendimentos, que faz parte do processo de globalização”, pontuo o presidente do Banco do Brasil.
Já Octavio de Lazari disse que é necessário adaptação tecnológica para aprimorar e avançar os serviços oferecidos.
O presidente do Bradesco declarou ainda que, para 2023, o avanço da economia depende do patamar da taxa básica de juros, de uma queda na inflação e um crescimento acima do que está sendo estipulado para o ano que vem pelo mercado.
“As expectativas de crescimento do PIB deste ano melhoraram, mas para o ano que vem ainda é muito ruim. Espero que os economistas se enganem mais uma vez e que a gente consiga ter um crescimento maior no próximo ano, já considerando as cadeias de suprimentos globais mais normalizadas e o petróleo batendo US$ 90”, disse.