“Não espero uma guinada na economia”, diz professor sobre novo ministro na Argentina
Ministra anterior, Silvina Bataki renunciou nesta quinta-feira (28) após permanecer apenas algumas semanas no cargo
Em entrevista à CNN, neste sábado (30), o estrategista-chefe do Banco Voiter e professor do Insper, Roberto Dumas, comentou a nomeação de Sergio Massa como novo ministro da Economia da Argentina. Para o entrevistado, a estratégia não trará uma grande guinada na economia do país, e a nomeação tem mais um cunho de “organização institucional”.
A ministra anterior, Silvina Bataki, ofereceu sua renúncia ao presidente Alberto Fernandez nesta quinta-feira (28) após permanecer apenas algumas semanas no cargo.
“O Sergio Massa está entrando muito mais para ter uma construção política e uma certa governabilidade entre os governos de Alberto Fernandez e Cristina Kirchner, porque eles estão em rota de colisão. Ele, como presidente da Câmara, ele tem um tráfego bastante importante em relação às principais força de produção’, disse o professor.
“Agora, achar que ele vai conseguir controlar uma inflação de 60% – que pode chegar a 90% – um risco país de 30% com medidas que levam a maxi depreciação cambial, isso não me parece muito verdadeiro e possível de acontecer”, acrescentou o especialista.
A Argentina tem uma dívida de 44 bilhões de dólares com o fundo monetário internacional (FMI), e segundo a agencia estatal de noticias da Argentina, Fernández conversou por telefone com Kristalin Georgieva, diretora do FMI.
O peronista Sergio Massa comandará o que está sendo chamado de superministério da Economia, já que também vai reunir as pastas de Produção, Agricultura, Pecuária e Pesca, e coordenar as relações da argentina com os organismos multilaterais de crédito.
“Não espero que mesmo com esse super ministro tenhamos uma guinada de 180º na economia, é mais uma tentativa de organização institucional, mas não uma completa reviravolta”, afirmou Dumas.
Nesta sexta-feira (29), Sergio Massa se reuniu com o presidente Alberto Fernández na residência presidencial. Na saída, disse rapidamente para a imprensa local que só assumirá o cargo na terça-feira (2), quando vai formalizar sua renúncia como presidente da Câmara de Deputados do país.