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    Confiança da indústria cai 1,7 ponto em julho, aponta FGV

    Na análise trimestral, feita por médias móveis, o índice apresenta alta de 0,7 ponto

    Stéfano SallesFabrício Juliãoda CNN no Rio de Janeiro e em São Paulo

    O índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 1,7 ponto em julho e fechou o mês em 99,5 pontos. O dado foi divulgado nesta quarta-feira (27), pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre).

    Após três altas consecutivas, o indicador fecha o sétimo mês do ano abaixo do nível de neutralidade, de 100 pontos. A partir dele, as tendências das análises são apontadas como positivas ou negativas, de acordo com o sentido apresentado pelo resultado.

    As expectativas menos favoráveis ocorrem em razão da perspectiva de manutenção dos níveis elevados de inflação e juros até o final do ano, além do aumento da incerteza política durante o período eleitoral, segundo o Ibre.

    A demanda por bens enfraquecida tem ligação direta com a alta da Selic, pois os juros altos afetam a compra dos produtos com crédito, além de desincentivar a produção, conforme explicou ao CNN Brasil Business Stefano Pacini, pesquisador do FGV Ibre a frente do estudo.

    “Na indústria, é importante olhar que os juros altos dificultam o crédito para as empresas do setor, e elas vão pensar duas vezes antes de investir”, afirmou.

    “Já na ótica dos consumidores, com os juros altos podemos antecipar que eles não farão compras a prazo, e isso enfraquece a indústria, que acaba produzindo menos”, acrescentou.

     

    Na análise trimestral, feita por médias móveis, o ICI apresenta alta de 0,7 ponto. Na mensal, o indicador registrou queda da confiança em 11 dos 19 segmentos monitorados pela Sondagem da Indústria.

    A pesquisa detectou retração de 0,9 pontos no componente Índice de Situação Atual, agora em 101,4 pontos, e de 2,6 pontos no Índice de Expectativas, que fecha o mês em 97,6 pontos.

    Nele, o quesito percepção dos empresários em relação à situação atual de negócios apresentou queda de 4,5 pontos e ficou em 101,1.

    “Há ainda relativa satisfação com a situação corrente dos negócios, apesar da ligeira piora do ISA na margem, algo que pode ser identificado nas avaliações favoráveis sobre a demanda externa e pelo movimento de regularização de estoques”, destacou Pacini.

    “Apesar da queda de julho, o resultado como um todo não é algo tão ruim. A demanda externa vem com bons resultados, a situação atual é favorável. O grande receio é com relação ao futuro”, completou.

    A série histórica do ICI foi iniciada em janeiro de 2001. Desde então, o nível mais alto foi alcançado em maio de 2010, quando chegou a 116,1 pontos.

    O nível mais baixo foi identificado em abril de 2020, período das mais severas medidas restritivas impostas pela pandemia de Covid-19: 58,2 pontos.

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