YouTube vai remover informações equivocadas relacionadas ao aborto
Plataforma excluirá conteúdo que promova métodos de aborto "inseguros ou alternativos" que não sejam apoiados pelas autoridades de saúde
O YouTube informou, nesta quinta-feira (21), que não permitirá mais informações erradas relacionadas ao aborto em sua plataforma, incluindo falsas alegações sobre a segurança do procedimento e instruções inseguras sobre como autoinduzir um aborto.
O serviço de compartilhamento de vídeos adicionou conteúdo relacionado ao aborto às suas políticas de desinformação médica, que também proíbem alegações falsas sobre a Covid-19 e vacinas. A mudança de política entra em vigor nesta quinta-feira.
“Acreditamos que é importante conectar as pessoas ao conteúdo de fontes autorizadas sobre tópicos de saúde e revisamos continuamente nossas políticas e produtos à medida que os eventos do mundo real se desenrolam”, disse a porta-voz do YouTube, Elena Hernandez, em comunicado.
A atualização da política ocorre em meio à ampla atenção ao aborto e à acessibilidade do procedimento, depois que a Suprema Corte dos Estados Unidos revogou, no mês passado, o projeto Roe v. Wade, que tornava legal o aborto no país.
Outras plataformas também reagem
O TikTok começou recentemente a remover vídeos relacionados ao aborto que violam sua política contra desinformação médica, incluindo aqueles que compartilham conselhos potencialmente perigosos sobre como autoinduzir um aborto.
O Google, que é dono do YouTube, está sob uma quantidade única de escrutínio de legisladores e defensores da privacidade pela ampla gama de dados que coleta sobre os usuários, que podem ser usados pelas autoridades para fazer cumprir as leis antiaborto.
No início deste mês, a empresa disse que excluiria os dados de localização quando os usuários visitassem clínicas de aborto. Os legisladores também pediram ao Google que evite que as buscas por clínicas de aborto retornem resultados enganosos e anúncios que direcionem os usuários a instalações que se opõem ao procedimento.
De acordo com a nova política global de desinformação, o YouTube removerá conteúdo que promova ou forneça instruções para métodos de aborto “inseguros ou alternativos” que não sejam apoiados pelas autoridades de saúde. Também removerá informações erradas relacionadas à segurança do aborto, como a falsa alegação de que os abortos têm alto risco de causar infertilidade.
O YouTube também começará a anexar um painel de informações a todo o conteúdo relacionado ao aborto e resultados de pesquisa para direcionar os usuários a informações confiáveis de autoridades de saúde, como a Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA.
Tal como acontece com muitas políticas de mídia social, no entanto, o desafio não é introduzi-la, mas aplicá-la. O YouTube disse que seus sistemas de fiscalização em torno da nova política de desinformação sobre o aborto aumentarão nas próximas semanas e meses.