Em novo filme, Andrea Beltrão “renasce” após 20 anos em coma
Para o diretor Gustavo Rosa de Moura, longa-metragem "Eu e Ela" faz refletir sobre como a "gente faz para se adaptar diante de eventos inesperados e raros"
Ao acordar de um coma após 20 anos, uma mulher precisa reaprender a executar todas as tarefas da vida, como andar, falar e conviver com sua filha – agora adulta. Esse é o enredo do filme brasileiro “Eu e Ela”, dirigido por Gustavo Rosa de Moura, que estreia nesta quinta-feira (21) nos cinemas do país.
Bia, interpretada por Andrea Beltrão, foi internada após o nascimento de sua filha. Durante todo esse tempo, a família a inseriu no dia a dia, mesmo inconsciente, a colocando sempre presente nos momentos importantes.
Quando ela acorda, além de reaprender a retomar suas ações sensoriais, ela precisa se relacionar com seu ex-marido Carlos, interpretado por Eduardo Moscovis e a atual mulher dele, papel de Mariana Lima.
Em entrevista à CNN, os artistas contaram quais foram os desafios da construção dos personagens, e como isso está ligado com situações da vida real.
O diretor Rosa de Moura contou que durante a direção do filme, utilizou de referências da vida real para a construção do enredo.
“Sempre tento contar uma cena de um jeito cinematográfico, que traga a mensagem [para o público], mas que também tenha a parte sensorial, algo que se sente”, disse o diretor à CNN.
Andrea Beltrão afirmou que para a preparação das etapas de desenvolvimento da personagem, ela leu livros, buscou inspiração em outros personagens e contou com a ajuda de uma médica que dava dicas sobre a recuperação.
“A gente teve um trabalho de desenhar bem as etapas […] para dar uma leitura verossímil à recuperação da personagem. Ao renascimento, acho melhor, porque ela [Bia] não recupera exatamente, aprende tudo de novo”, disse Andrea.
A reabilitação de um paciente em coma pode ser um processo desafiador para toda a família. No contexto do filme, Renata, interpretada pela atriz Mariana Lima, precisou superar os desafios para conviver diariamente com a ex-mulher do seu esposo.
“É difícil alguém se identificar com a Renata. Embora ela seja uma personagem possível, mas é muito difícil uma mulher se imaginar convivendo [com a ex-companheira do marido]”, disse Mariana.
Eduardo Moscovis falou que o curioso da relação entre Bia e Carlos no filme, é que não foi uma decisão do casal, mas uma interrupção.
“É uma interrupção, não houve uma briga, separação, discórdia, foi uma interrupção [da vida]”, explicou o ator.
O longa, gravado no Rio de Janeiro, foi exibido no 54º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, em 2021. Para Rosa de Moura, “Ela e Eu” é um filme sobre como a “gente faz para se adaptar diante de eventos inesperados e raros”.
“O fato da Bia entrar em coma e depois despertar é algo completamente impossível de ser antecipado e afeta não só a vida dela mas também a de todos que estão ao seu redor”, disse.