PIB: Desaceleração de indústria e serviços no fim do ano surpreende Fazenda
Crescimento do PIB divulgado pelo IBGE ficou marginalmente abaixo daquele projetado pelo Ministério


O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, de 3,4%, ficou marginalmente abaixo daquele projetado pelo Ministério da Fazenda (3,5%). Segundo a pasta, este movimento se deve à surpresa com a desaceleração dos setores de serviços e indústria no quarto trimestre do ano.
Nota divulgada pela Secretaria de Política Econômica (SPE) da Fazenda destaca que no último trimestre do ano o PIB cresceu 0,2%, ficando abaixo da mediana de suas estimativas (0,4%), mas também inferior à expectativa do mercado (0,4%).
“Em relação à projeção da SPE, surpreendeu a desaceleração da indústria e serviços […] O PIB agropecuário, por sua vez, veio em linha com as projeções da SPE”, escreve a secretaria.
Na indústria, a surpresa negativa repercute menor crescimento da indústria extrativa e de transformação, em relação ao projetado, além da retração em eletricidade e gás, água e esgoto. Em serviços, a expansão inferior ao esperado é atribuída a quedas em serviços de informação e comunicação e atividades financeiras.
Na leitura geral do crescimento em 2024, o Ministério indica que o avanço forte se deve a “impulsos positivos vindos do mercado de trabalho e crédito, além de políticas de estímulo ao desenvolvimento produtivo e sustentável”.
Perspectivas
Para o primeiro trimestre de 2025, a SPE prevê avanço no ritmo de crescimento. O destaque positivo deve ser a agropecuária, repercutindo principalmente a colheita recorde de soja. Serviços também devem acelerar, com o reajuste do salário mínimo e avanço de atividades relacionadas à agropecuária, como os transportes e o comércio.
A partir do segundo trimestre de 2025, a contribuição do setor agropecuário para o crescimento deverá se tornar negativa.
Para a segunda metade do ano, a perspectiva é de que o ritmo de crescimento se mantenha próximo à estabilidade, refletindo menores impulsos vindos dos mercados de crédito e de trabalho em função do patamar contracionista da política monetária. Para o PIB de 2025, a SPE projeta atualmente expansão de 2,3%.