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    Carnaval SP: falhas técnicas e valorização da cultura afro marcam 2º dia

    Águia de Ouro e Mocidade Alegre enfrentaram desafios com carros alegóricos

    Mirella Cordeirocolaboração para a CNN*

    O segundo dia de desfiles do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo aconteceu da noite do sábado (1º) para a manhã deste domingo (2). O evento no Sambódromo do Anhembi foi marcado por problemas em carros alegóricos, valorização das culturas africana e indígena e uma única mulher intérprete do Carnaval.

    Sete escolas de samba passaram pela avenida: Águia de Ouro, Império de Casa Verde, Mocidade Alegre, Gaviões da Fiel, Acadêmicos do Tucuruvi, Estrela do Terceiro Milênio e Vai-Vai, além do afoxé Filhos da Coroa de Dadá. Confira abaixo os destaques da noite.

    Águia de Ouro

    A Águia de Ouro abriu os desfiles em São Paulo com o enredo de “Em Retalhos de cetim, a Águia de Ouro do jeito que a vida quer”. A escola escolheu homenagear o cantor Benito Di Paula, que passou pela avenida com a agremiação.

    Apesar do tributo, o desfile foi marcado por problemas técnicos: dois carros alegóricos enfrentaram problemas e abriram espaçamento entre os setores da escola, o que pode impactar na nota de harmonia.

    Império da Casa Verde

    A Império da Casa Verde levou o enredo “Cantando Contos: Reinos da Literatura”. A comissão de frente desafiava a veracidade das histórias, questionando conceitos como bem e mal, beleza e feiura e outras dualidades.

    Um destaque foi o casal Hermione Granger, da saga Harry Potter, e Visconde de Sabugosa, de Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. O desfile ainda trouxe outros personagens como Aladim, Gato de Botas, Coringa, Emília, Romeu e Julieta.

    Mocidade Alegre

    A Mocidade Alegre foi outra escola que enfrentou problemas técnicos: o último carro alegórico da Mocidade Alegre teve falhas no motor e travou. Isso fez com que dezenas de integrantes precisassem empurrar a estrutura, gerando um espaço entre as alas que pode impactar a nota de harmonia da escola.

    Com o enredo “Quem não pode com mandinga não carrega patuá”, a agremiação abordou a história dos patuás e objetos religiosos que fazem parte da cultura brasileira.

    Um dos momentos de destaque foi o carro alegórico que carregava 10 mil litros de água, simbolizando um banho de axé. Além disso, 4 mil galhos de arruda foram usados na avenida para abençoar o desfile.

    Gaviões da Fiel

    A Gaviões da Fiel levou um enredo afro para o Sambódromo do Anhembi pela primeira vez. Com o enredo “Irin Ajó Emi Ojisé” (A Viagem do Espírito Mensageiro), a escola apresentou os rituais com máscaras, um símbolo da diversidade das etnias presentes no continente africano.

    Sabrina Sato, rainha de bateria da agremiação, causou alvoroço quando chegou à avenida. Ela usou uma fantasia que representa a Rainha de Todos os Ritmos.

    Sabrina Sato, rainha de bateria da Gaviões da Fiel, com fantasia que representa a “Rainha de Todos os Ritmos”, em desfile no Sambódromo do Anhembi • Leo Franco/Agnews

    Acadêmicos do Tucuruvi

    A Acadêmicos do Tucuruvi desfilou com o enredo “Assojaba – A Busca pelo Manto”, que abordou a história do retorno do manto sagrado Tupinambá ao Brasil após 300 anos na Europa.

    O desfile contou com a participação de 45 indígenas da aldeia Tupinambá de Ilhéus, na Bahia, que estiveram presentes em uma das quatro alegorias da agremiação.

    Estrela do Terceiro Milênio

    A Estrela do Terceiro Milênio teve a única mulher intérprete no Carnaval de São Paulo em 2025, a cantora Grazzi Brasil. A escola ainda se destacou com o enredo Muito Além do Arco – Íris “Tire o Preconceito do Caminho que nós Vamos passar com Amor”, que destaca a luta contra o preconceito da comunidade LGBT+.

    Um dos momentos marcantes do desfile foi a representação de um caso de agressão homofóbica de 2010, em que um homem foi atacado com uma lâmpada fluorescente na Avenida Paulista.

    Vai-Vai

    A escola encerrou os desfiles com homenagem o dramaturgo Zé Celso Martinez, falecido em 2023, com o enredo “O xamã devorado y a deglutição bacante de quem ousou sonhar desordem”.

    A Vai-Vai também optou por um formato diferente para seu desfile, utilizando 30 alas, número maior do que todas as outras escolas. Essa estratégia facilitou o desenvolvimento do samba-enredo, permitindo uma melhor distribuição do tema, mas também corre o risco de prejudicar a evolução da escola. Isso porque o número maior de alas pode gerar espaços entre elas – o que poderia, nesse caso, resultar em uma perda de pontos na avaliação de harmonia.

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    *Com informações de Vitor Soares, colaboração para a CNN

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