Ao que tudo indica, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), já pode se despedir do Mickey, do dólar e do sistema financeiro internacional, opinou o comentarista Caio Coppolla no programa O Grande Debate desta quarta-feira (26).

“Ao que tudo indica, o Ministro Alexandre de Moraes já pode se despedir do Mickey, do dólar e do sistema financeiro internacional, opinou Coppolla.

“Não dá para declarar que a lei americana é inconstitucional nem alegar que o Congresso eleito dos Estados Unidos é antidemocrático. Não dá para remover as redes sociais dos parlamentares americanos nem censurar plataformas e veículos de imprensa internacionais que critiquem os ministros supremos da Justiça brasileira. Simplesmente, não dá mais. Nessa guerra do STF por poder, as armas de ontem, não servem para as batalhas de hoje”, prosseguiu.

O Comitê Judiciário da Câmara dos Estados Unidos aprovou um projeto que torna as autoridades estrangeiras que violam os direitos da Primeira Emenda dos americanos, que trata da liberdade de expressão, inadmissíveis e deportáveis ​​do país.

Como justificativa, os deputados destacaram que, em abril de 2024, Moraes ordenou que empresas norte-americanas suspendessem ou removessem “mais de 150 contas de rede social — incluindo contas de residentes e jornalistas dos EUA”. Segundo o comitê, a medida configura censura.

“Os Estados Unidos da América, berço da democracia presidencialista e farol das liberdades individuais, sinaliza que irá punir (dentro da sua jurisdição, conforme a lei da sua terra), autoridades estrangeiras que violarem os direitos de empresas e cidadãos americanos ou residentes nos Estados Unidos. Em outras palavras, um juiz que, arbitrariamente, abuse do poder do Estado para censurar, multar ou constranger pessoas físicas, ou jurídicas ilegalmente, sofrerá consequências jurídicas”, disse Coppolla.

“A relação com o Brasil só será afetada se o governo Lula desrespeitar a soberania americana, comprar a briga do STF e endossar a alegada violação de direitos humanos promovida por ministros do Supremo. É uma escolha política que pode, aos olhos do governo americano, vincular Lula a Alexandre de Moraes e sujeitar as autoridades do governo petista às mesmas punições que serão impostas às autoridades do STF”, concluiu.