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    Em carta, Ronaldo pede que eleição da CBF seja marcada com antecedência

    Ex-jogador pede que tenha supervisão presencial da FIFA e da Conmebol no dia do pleito "para dar mais transparência"

    Felipe Dorinida CNN

    Nesta segunda-feira (24), Ronaldo Fenômeno enviou uma carta para a CBF, Fifa, Conmebol e presidentes de clubes da Série A e B com pedidos para a próxima eleição na entidade máxima do futebol brasileiro.

    O ex-jogador pré-candidato à presidência da CBF e solicita que a data da votação seja definida com, pelo menos, um mês de antecedência, “a fim de assegurar a organização e participação dos interessados”.

    Ronaldo ainda pede a supervisão da Fifa e da Conmebol, “para dar mais transparência e segurança jurídica ao processo eleitoral”.

    Na última semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) homologou o acordo entre a CBF, cinco dirigentes e a Federação Mineira de Futebol (FMF), legitimando a eleição de 2022 em que Ednaldo Rodrigues foi eleito. A decisão assegura o cumprimento do mandato do atual presidente até março de 2026.

    Assim, Ednaldo Rodrigues pode convocar a próxima eleição a partir de 23 de março deste ano. Na carta, Ronaldo cobra transparência do processo e diz que “o modelo dificulta (quiçá, impede) o surgimento de candidaturas alternativas”

    A CBF se pronunciou dizendo que recebe a manifestação do ex-camisa 9 com “respeito e atenção”, pontuando que o atual estatuto da CBF foi “revisado pela Fifa” e aprovado pelas 27 federações estaduais.

    Empresário e dono do Real Valladolid, Fenônemo anunciou ainda em dezembro a intenção de concorrer à presidência, tornando-se pré-candidato. Para efetivar a candidatura, Ronaldo precisa do apoio de quatro federações e quatro clubes para formar uma chapa.

    A última vez que houve uma eleição com dois candidatos, foi em 1989, quando Ricardo Teixeira, apoiado por João Havelange, derrotou Nabi Abi Chedid, candidato do então presidente Giulite Coutinho.

    O colégio eleitoral

    O colégio eleitoral é formado por:

    • 26 federações estauduais + Distrito Federal (peso 3)
    • 20 clubes da Série A (peso 2)
    • 20 clubes da Série B (peso 1)

    Veja a carta de Ronaldo

    Prezados Senhores,

    Conforme comuniquei publicamente, pretendo me candidatar à presidência da CBF no próximo pleito. Preocupa-me, no entanto, a falta de transparência e segurança jurídica no processo eleitoral, que pode comprometer a imparcialidade e a legitimidade das eleições.

    É notório que, com o estatuto vigente, o presidente em exercício tem controle absoluto de todo o processo – o que, por si só, nos distancia das condições de concorrência leal e isonômica. Além de não contribuir para a integridade do pleito, o modelo dificulta (quiçá, impede) o surgimento de candidaturas alternativas.

    Ademais, a crise dos últimos anos no comando da CBF, marcada por uma série de interferências externas e disputas judiciais incompatíveis com a autonomia e grandeza da entidade, maculou sua reputação a nível mundial e colocou em risco a sua independência.

    Faltam menos de 16 meses para a próxima Copa do Mundo – chegaremos a 2026 com um jejum de 24 anos sem o título – e tudo que o futebol brasileiro não precisa agora é passar por um processo eleitoral de legitimidade duvidosa. O que precisamos é de tempo para dar voz e espaço aos clubes que, unidos, são ainda mais fortes; para escutar as federações em prol de melhorias nas competições e desenvolvimento do esporte em seus estados; para que a força da visão compartilhada, no alinhamento estratégico, nos conduza à mudança.

    À luz dessas preocupações, solicito que a data para as próximas eleições – cujo prazo estatutário é de um ano a partir de 23 de março de 2025 – seja definida com antecedência mínima de um mês, a fim de assegurar a organização e participação dos interessados.

    Solicito ainda que o pleito seja supervisionado presencialmente pela FIFA e pela CONMEBOL, para dar mais transparência e segurança jurídica ao processo eleitoral, bem como alinhamento aos princípios internacionais de governança no futebol. Está nas mãos do colégio eleitoral a oportunidade e a responsabilidade de atender à urgência de um choque de gestão na CBF, que comece por restaurar a confiança na instituição e seja sustentável no longo prazo. Reitero minha completa disposição colaborativa para a reconstrução da credibilidade e proteção do futuro da entidade. O futebol brasileiro é patrimônio público – cabe a nós defendê-lo.

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