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    “Milícia” do Brás é denunciada pelo MP; investigação aponta presença de PMs

    Investigação aponta cobrança de taxas ilegais e uso de violência contra comerciantes; 16 foram denunciados

    Thomaz Coelhoda CNN* , em São Paulo

    O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) denunciou 16 pessoas por formação de milícia, extorsão e lavagem de dinheiro na região do Brás, em São Paulo (SP).

    Entre os denunciados estão policiais militares da ativa e reformados. A investigação aponta que o grupo criminoso vendia irregularmente pontos comerciais a trabalhadores autônomos e cobrava taxas ilegais para permitir a permanência na área.

    Segundo o Ministério Público, muitos vendedores são imigrantes da América do Sul, sem acesso a crédito formal, e recorriam a agiotas para pagar as cobranças. Em caso de inadimplência, os mesmos policiais denunciados eram usados para cobrar as dívidas violentamente.

    Uma testemunha protegida relatou ao GAECO que trabalha há seis anos na Rua Tiers e, recentemente, passou a ser obrigada a pagar R$ 15 mil anuais e mais R$ 300 semanais para continuar vendendo no local.

    As investigações também apontaram a participação de uma escrivã da Polícia Civil, que seria ou já teria sido companheira de um sargento da PM. Ela foi flagrada junto a outros integrantes da milícia praticando extorsão e intimidando comerciantes.

    Houve quebra de sigilo bancário e fiscal dos envolvidos, incluindo empresas ligadas ao esquema. Nove dos 16 denunciados já cumprem prisão preventiva. A denúncia foi apresentada à 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital.

    A CNN procurou a Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública de São Paulo para comentar sobre a denúncia contra policiais e aguarda retorno.

    Em nota, a SSP informou que não compactua com desvios de conduta e reforça que todos os integrantes das forças de segurança que descumprem a lei ou as normas institucionais são rigorosamente punidos.

    Nota – SSP

    O caso foi investigado pela Corregedoria da Polícia Militar e encaminhado à Justiça em dezembro do ano passado. As apurações, iniciadas em março/24, após uma denúncia, resultaram na Operação Aurora, deflagrada em 16 de dezembro, com o objetivo de desarticular um grupo envolvido na extorsão de comerciantes na região do Brás. A ação resultou na prisão de cinco policiais militares e uma policial civil. O conjunto probatório que fundamentou os mandados de busca e apreensão foi reunido pelo trabalho de investigação da corregedoria da PM e da Polícia Civil, com o apoio do Gaeco.

    A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) não compactua com desvios de conduta e reforça que todos os integrantes das forças de segurança que descumprem a lei ou as normas institucionais são rigorosamente punidos.

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