Equipes da Fórmula 1 discutem repressão a palavrões após incidentes
Pilotos podem enfrentar punições por linguagem imprópria no rádio durante as provas
As equipes de Fórmula 1 discutiram a repressão do órgão regulador sobre palavrões após respostas mistas a incidentes no fim de semana.
O executivo-chefe da Racing Bulls, Peter Bayer, disse aos repórteres antes do lançamento das equipes em Londres que o assunto foi um tópico em uma reunião da comissão da Fórmula 1 nesta terça-feira (18) e viu progresso.
A FIA publicou emendas ao código esportivo em janeiro para estabelecer sanções severas para pilotos que quebram as regras relativas à conduta, incluindo linguagem chula.
Uma primeira infração na Fórmula 1 agora gera uma multa de 40.000 euros (R$ 238,5), aumentando para 80.000 (R$ 477 mil) na segunda e 120.000 (R$ 715 mil) com uma suspensão de um mês e dedução de pontos do campeonato em uma terceira violação.
“Acho que todos concordamos que queremos manter essas emoções vivas”, disse Bayer sobre os pilotos se expressando pelo rádio.
“Já temos o sinal sonoro da F1 com a transmissão atrasada, o que provavelmente está cuidando de muitas emoções.”
Bayer citou casos recentes na Fórmula E e no rali mundial como exemplos de como as situações provavelmente seriam tratadas.
O piloto britânico Dan Ticktum escapou da punição por um discurso cheio de palavrões no rádio da equipe em uma corrida de Fórmula E em Jeddah, na sexta-feira passada (14), com os comissários decidindo que foi uma discussão interna.
O piloto de rali francês da Hyundai, Adrien Fourmaux, recebeu uma multa de 10.000 euros (R$ 59 mil), com outros 20.000 (R$ 119 mil) de suspensão, na Suécia no domingo (16), no entanto, por xingar em uma entrevista transmitida ao vivo após a corrida.
Essa foi a primeira vez que um piloto foi punido sob as novas regras.
“Queremos ter um briefing claro sobre o que deve ser dito e o que não deve ser dito”, disse Bayer, cujos dois pilotos da equipe, Yuki Tsunoda e o novato Isack Hadjar, têm reputação de comunicações animadas pelo rádio.
“Mas, no geral, acho que está indo na direção certa, preservando as emoções, não tornando muito profano ao mesmo tempo e garantindo que nos desenvolvamos como esporte.”
O diretor da Racing Bulls, Laurent Mekies, disse que todas as partes estavam buscando um equilíbrio entre entretenimento e regulamentação, permitindo que os pilotos expressassem suas emoções enquanto respeitavam seu status de modelo.
“Tenho total confiança de que finalmente chegaremos a um bom ponto de equilíbrio”, disse ele. “Houve alguns altos e baixos, mas acho que encontraremos uma solução razoável para o início da temporada.”
A temporada da Fórmula 1 começa na Austrália em 16 de março.
