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    Brasileiros denunciam frases xenofóbicas em livro de escolas da Alemanha

    Editora diz considerar todos os comentários e promete revisão da obra

    Felipe Souzada CNN

    A comunidade brasileira em Berlim denunciou, através das redes sociais, um livro didático alemão com frases xenofóbicas sobre o Brasil. O caso ganhou repercussão nas redes sociais, nesta quinta-feira (13).

    “Moro no Rio de Janeiro. Às vezes, pela manhã, procuro nas latas de lixo restos de comida. Na hora do almoço limpo os para-brisas dos carros. Meu sonho é me tornar um jogador de futebol profissional”, foi a frase atribuída a uma criança do Rio de Janeiro, no livro livro “ABC der Tiere”, da editora Mildenberger Verlag.

    O Ministério das Relações Exteriores (MRE), através da Embaixada do Brasil em Berlim, repudiou a referência ao personagem fictício do livro. Segundo a pasta, o livro reforça uma “imagem distorcida e preconceituosa” sobre as crianças que moram no Rio de Janeiro e no Brasil.

    “A Embaixada do Brasil em Berlim lamenta a abordagem insensível e pouco informada da editora Mildenberger no livro em questão. Para além da dificuldade em entender como texto dessa natureza possa ter a pretensão de ser didático, preocupa, o impacto em crianças de sua exposição a estereótipos e preconceitos sobre outros países”, apontou o Itamaraty.

    O governo também afirmou que existem esforços e políticas públicas de longo prazo para garantir que crianças tenham acesso a educação e saúde de qualidade, como os programas “Bolsa Família”, “Criança Alfabetizada”, “Escola em Tempo Integral” e “Proinfância”, que, segundo o PNAD de 2023, mostra uma taxa de escolarização de crianças entre 6 a 14 anos de 99,4%.

    “Ao associar-se às inúmeras mensagens de repúdio da comunidade brasileira na Alemanha à publicação, a embaixada esclarece que está buscando contatos com a editora e com autoridades alemãs para a adoção de providências a respeito do texto em questão”, concluiu o Ministério em nota.

    A editora Mildenberger Verlag também se pronunciou dizendo que considera todos os comentários legítimos e garantiu que a intenção nunca foi reforçar estereótipos negativos de uma “representação unilateral”.

    “Gostaríamos de pedir sinceras desculpas à comunidade brasileira e a todos os leitores afetados. Aceitamos esse feedback e revisaremos o livro. Adaptamos imediatamente a página e disponibilizamos a nova versão para download junto com o artigo na loja virtual”, afirmou a editora em nota oficial nas suas redes sociais.

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