Brasil observa cenários antes de reposta a Trump
Um dos argumentos é de que a sobretaxação pode aumentar a inflação nos EUA
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O governo brasileiro tem estudado cenários para a resposta aos Estados Unidos caso o presidente Donald Trump não recue sobre a taxação dos produtos brasileiros. Os detalhes do decreto do presidente americano, assinado na segunda-feira (10), têm sido analisados pelo Palácio do Itamaraty, que fará uma discussão com outras pastas ministeriais.
A orientação é de que a resposta seja dada após o período de início da taxação sobre o alumínio e o aço, prevista a partir de 4 de março. A avaliação é de que, para iniciar um diálogo econômico, é preciso que o Congresso Americano aprove ainda a indicação do representante comercial dos Estados Unidos.
Apesar da cautela, assessores do governo já esboçam argumentos que podem ser utilizados para demover o governo americano. O principal deles é que a taxação dos produtos importados deve ter um efeito imediato de aumento da inflação dos Estados Unidos.
O entendimento de alguns integrantes do governo brasileiro é de que os minérios com preços elevados podem afetar a indústria americana, tornando mais caros o custo de vida e a inflação de produtos, além de diminuir o ritmo de crescimento do país.
O argumento principal de Trump tem sido o de reerguer as mineradoras americanas, que passaram por falências diante dos mercados japonês e chinês. Nos últimos anos, os Estados Unidos preferiram substituir a produção de minérios pelo mercado de tecnologia, que tem um maior valor agregado.