Coppolla: Se houvesse percepção de golpe, tratamento não seria amistoso
"O Gabinete de Segurança Institucional chegou a abrir as portas do palácio para esses manifestantes"
Se houvesse percepção por parte do governo federal que o 8 de janeiro se tratava de um golpe, o tratamento não teria sido tão amistoso, afirmou o comentarista Caio Coppolla no programa O Grande Debate desta terça-feira (11).
“O próprio governo Lula ignorou uma série de alertas da Polícia Federal, não deu tanta atenção para isso e o seu Gabinete de Segurança institucional chegou a abrir as portas do palácio para esses manifestantes, chegaram até a servir água”, defendeu.
“Essa tese do golpe tem alguns furos que são tão evidentes. Em primeiro lugar, a ideia de que tudo começou a ser orquestrado a partir de 2019, um governo extremamente popular, colocava milhões de pessoas nas ruas, recém eleito”, prosseguiu.
O advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, disse à CNN que pretende incluir trechos da entrevista do ministro da Defesa, José Múcio, ao programa Roda Viva da segunda-feira (11), na defesa do ex-presidente, caso ele seja denunciado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Na entrevista, Múcio contou que recorreu a Bolsonaro para que fosse recebido pelos então comandantes das Forças Armadas após o resultado da eleição presidencial de 2022.
“Houve transição pacífica do poder, não houve nenhum impedimento à diplomação do presidente, à posse do presidente. O ex-presidente estava no exterior hospitalizado. Não teve nenhuma adesão das lideranças das Forças Armadas, como ficou muito claro, não houve golpe”, opinou Coppolla.
“Não houve sequer crime, porque os tipos penais preveem emprego de violência ou grave ameaça, o que não aconteceu. No máximo, se você considerar determinadas reuniões ou consultas como se fossem de uma trama golpista, isso não passaria de atos preparatórios, que não são tidos, pelo menos não nesse tipo penal, como ilícitos”, concluiu.