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    Clarissa Oliveira
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    Clarissa Oliveira

    Viveu seis anos em Brasília. Foi repórter, editora, colunista e diretora em grandes redações como Folha, Estadão, iG, Band e Veja

    Silêncio de Trump frustra bolsonarismo, que tenta nova aproximação

    Em meio à expectativa para denúncia sobre possível trama golpista, Eduardo Bolsonaro desembarcou ontem (10) em Washington

    Passadas três semanas da posse de Donald Trump, o clima no bolsonarismo é de frustração. Em conversas reservadas, aliados próximos do ex-presidente admitem que a expectativa era de que, uma vez sentado na cadeira de presidente, Trump fizesse uma manifestação pública de apoio a Jair Bolsonaro, diante das investigações que correm contra ele Brasil. Até agora, entretanto, Trump não fez uma menção sequer à política brasileira ou ao ex-presidente.

    O silêncio de Trump é um balde de água fria no grupo mais próximo de Bolsonaro. Nos dias que antecederam a posse do presidente americano, a avaliação era que um aceno serviria como uma espécie de catalisador de uma mobilização da direita em apoio a Bolsonaro, diante da expectativa por uma denúncia nos inquéritos que correm contra ele na Justiça.

    O timing é tido como crucial para o bolsonarismo, já as previsões que correm nos bastidores dão conta de que a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode oferecer a denúncia ainda nas próximas semanas.

    Nesse contexto, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) viajou para Washington. O filho do ex-presidente desembarcou ontem nos Estados Unidos e fez algumas postagens nas redes sociais. A viagem é vista com ansiedade por aliados, que dizem torcer para que o parlamentar consiga amarrar agendas que reforcem a relação com o trumpismo. Na visão de alguns interlocutores, a proximidade de Eduardo com o filho de Donald Trump e com a família dele não foi aproveitada como poderia na estratégia para angariar apoio ao ex-presidente.

    Nas conversas com interlocutores próximos, Bolsonaro tem dito que já está preparado para a denúncia da PGR. Ele entende, segundo esses aliados, que a denúncia virá pesada na investigação da trama golpista. Uma avaliação feita nessas conversas pelo ex-presidente é que as investigações sobre as joias sauditas e sobre a falsificação de cartões de vacinação avançaram menos do que se imaginava lá atrás e perderam força.

    Embora fale-se na possibilidade de a denúncia ser oferecida antes do Carnaval, bolsonaristas enxergam com desconfiança para o calendário. A tese é que faria mais sentido a PGR empurrar o anúncio, para evitar que as festas arrefeçam a repercussão em torno do assunto.

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