Caso Gritzbach: MP denuncia investigador por corrupção ativa e passiva
Ministério Público espera que Justiça prenda o policial e o exonere do cargo público
O Ministério Público de São Paulo denunciou o investigador Marcelo Marques de Souza, o Bombom, nesta segunda-feira (10), pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Esta é a primeira denúncia criminal no âmbito da Operação Tacitus, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e pela Polícia Federal, em dezembro do ano passado, com o objetivo de desarticular o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo o MP, com as investigações nos endereços ligados aos oito presos, naquela ocasião e em outras diligências, além do material apreendido, ficou evidente a ação do investigador, da zona leste de São Paulo, em exigir e receber dinheiro para deixar de praticar ou atrasar investigações contra Gritzbach e outros empresários.
“Ele dissimulou a origem ilícita e a localização de recursos provenientes dos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro que mantinha em seu apartamento, cujo valor é incompatível com seus vencimentos”, afirmou o GAECO em nota oficial.
Na residência de Marcelo foi apreendida uma planilha impressa com nomes, apelidos, endereços e valores relativos a estes recebimentos, tanto de empresas, quanto de empresários. Na ocasião, notas em espécie de real, dólar e euro, equivalente a R$ 724.874,68, também foram apreendidas.
A promotoria apontou que os endereços da planilha seriam de locais onde se explora jogos de azar, prostituição, desmanche e postos de gasolina.
O Ministério Público espera que a Justiça de São Paulo estabeleça pena de prisão contra o policial, sua exoneração do cargo público e sua condenação a pagar o valor apreendido como forma de reparação de dano moral coletivo, além de que o juiz autorize o compartilhamento de provas com a Promotoria do Patrimônio Público, Polícia Federal e Corregedoria da Polícia Civil.
A CNN procurou a defesa de Marcelo para se pronunciar, mas não recebeu retorno até a publicação desta matéria.