Governistas rebatem Hugo Motta e dizem que houve tentativa de golpe no 8/1
Relatora da CPMI que investigou os atos criminosos contra os Três Poderes, senadora Eliziane Gama desafiou quem tiver dúvidas sobre o resultado da investigação
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A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que foi relatora a CPMI do 8 de janeiro, usou as redes sociais para rebater a afirmação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de que não foi uma tentativa de golpe o que ocorreu no Brasil no início de 2023.
“Como relatora da CPMI posso atestar categoricamente: após 5 meses de investigação, de receber centenas de documentos e de ouvir dezenas de testemunhas, houve tentativa de golpe e o responsável por liderar esses ataques tem nome e sobrenome: Jair Messias Bolsonaro”, escreveu.
Como relatora da CPMI posso atestar categoricamente: após 5 meses de investigação, de receber centenas de documentos e de ouvir dezenas de testemunhas, houve tentativa de golpe e o responsável por liderar esses ataques tem nome e sobrenome. É Jair Messias Bolsonaro.
Segue o fio
— Eliziane Gama (@elizianegama) February 7, 2025
O líder do PT na Câmara, Lindberg Farias (RJ), fez coro ao que disse a senadora: “O 8 de janeiro foi a última tentativa deles. Os comandantes não aceitaram, do Exército e da Aeronáutica, entrar naquela trama. O que eles queriam no dia 8 de janeiro? Aquilo foi organizado e planejado, porque eles queriam que o Lula decretasse uma GLO”, afirmou.
O deputado Rogério Correia (PT-MG) também reagiu aos comentários de Hugo. “Dizer que o bolsonarismo não tentou um golpe contra a democracia é de um negacionismo inaceitável”, afirmou o petista.
“Para ganhar uma eleição pode-se fazer promessas, mas nunca atos que coloquem em risco a democracia. Só podemos discuti-la hoje porque o golpe de Jair Messias Bolsonaro fracassou perante ao poder das nossas Instituições. Esse discurso não combina com lideranças que emergiram na democracia e que só exercem seu poder graças ao povo. Ainda estamos aqui, vigilantes”, escreveu no X.
Hugo Motta disse, em entrevista a uma rádio da Paraíba, que “um golpe tem que ter um líder, tem que ter uma pessoa estimulando, apoio de outras instituições interessadas e não teve isso”.
Segundo o parlamentar, “ali foram vândalos e baderneiros que, com inconformidade com o resultado das eleições, queriam demonstrar a sua revolta achando que aquilo ali poderia resolver”.
A senadora foi adiante: “Quem, por ventura, ainda tiver alguma dúvida: faço um convite para ler detidamente o relatório da comissão de inquérito com suas mil páginas, devidamente aprovado por deputados e senadores”.
Aprovado por deputados e senadores em 2023, o relatório conta com 235 menções ao termo “golpe”.
“O Oito de janeiro foi uma tentativa propositada e premeditada de golpe de Estado”, diz a primeira frase do documento de 1.333 páginas.
A CPMI sugeriu o indiciamento de Jair Bolsonaro e mais 60 pessoas por crimes relacionados aos atos criminosos. No fim de 2024 a Polícia Federal indiciou 40 pessoas, entre elas o ex-presidente.