Hamas acusa Israel de violar cessar-fogo antes de libertação de reféns
Três homens devem ser soltos pelo grupo radical neste sábado (8)
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O Hamas acusou Israel de múltiplas violações do acordo de cessar-fogo nesta sexta-feira (7), um dia antes da próxima troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos prevista.
Segundo o grupo radical, Israel atrasou a entrada de centenas de caminhões com alimentos e outros suprimentos humanitários, além de ter permitido a entrada de uma fração da quantidade de tendas e casas móveis necessárias para fornecer abrigo às pessoas que retornam para suas casas destruídas.
Essa acusação fez com que a divulgação dos nomes dos três reféns que devem ser libertados neste sábado (8) fosse atrasada. Porém, após o adiamento, o Hamas acabou informando quem são os reféns que serão soltos.
Não está claro se isso pode atrasar a troca programada para este sábado.
Até agora, 13 reféns israelenses foram soltos, assim como centenas de prisioneiros e detidos palestinos por Israel. Cinco reféns tailandeses também foram libertados.
“Manipulação clara”
O Hamas disse que 8.500 caminhões dos 12 mil que deveriam ter chegado até a Faixa de Gaza entraram no território, a maioria contendo alimentos e bens secundários, incluindo batatas fritas e chocolate, em vez de outras necessidades urgentes.
“Isso demonstra uma manipulação clara das prioridades de socorro e abrigo”, comentou o grupo radical.
Além disso, apenas 10% das 200 mil tendas e 60 mil caravanas necessárias para fornecer abrigo chegaram, ainda de acordo com o Hamas, deixando centenas de milhares de pessoas expostas a um inverno rigoroso.
Além disso, o maquinário pesado necessário para limpar milhões de toneladas de entulho e recuperar os milhares de corpos que estão nos escombros também não teria chegado a Gaza.
Israel nega acusações do Hamas
Israel negou as acusações de que está demorando para permitir a entrada de suprimentos de ajuda, classificando o caso como “uma alegação completamente infundada”.
Além disso, o governo de Benjamin Netanyahuressaltou que permitiu a entrada de milhares de caminhões, incluindo tendas e abrigos.
Até agora, apesar das acusações de violações do cessar-fogo feitas por ambos os lados, a trégua se mantém, deixando o caminho ainda aberto para o fim da guerra e a reconstrução de Gaza, que agora está em ruínas.