Governo avalia troca no Ibama para viabilizar petróleo na foz do Amazonas
Um dos nomes ventilados para esse posto é o do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, do núcleo duro do PT e próximo a Lula
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O Palácio do Planalto já considera trocar o comando do Ibama visando acelerar a licença para exploração de petróleo na bacia da foz do Rio Amazonas, na margem equatorial brasileira, segundo a CNN apurou.
Um dos nomes ventilados para esse posto é o do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, do núcleo duro do PT e próximo a Lula.
Ele (ou outro nome) poderia ser colocado no cargo para destravar o processo. O Ibama negou a licença em maio de 2023. A Petrobras recorreu dias depois e, até hoje, aguarda uma resposta definitiva.
A eventual troca não alcançaria a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. Interlocutores do presidente Lula relataram, à CNN, que ela, embora seja contrária a ideia, não se oporia se fosse uma decisão de governo, com todas as condicionantes atendidas.
O governo, porém, quer que a licença saia ainda no primeiro trimestre deste ano, dentro de uma estratégia em que a decisão final saia o mais rápido possível, justamente para que o debate sobre a liberação não contamine a COP30 de Belém.
O Ibama, até agora, na visão do governo, usa a estratégia reversa: atrasar o processo ao máximo justamente para tornar a licença inviável politicamente, conforme a COP30 de Belém se aproxima.
O governo entende ainda que a Petrobras já atendeu todos os pedidos do Ibama e que o atraso é “político”, segundo uma fonte graduada.
Nesse sentido, e considerando o prazo que o governo passou a trabalhar, ou o Ibama dá a licença ou o comando do instituto poderá ser trocado. O atual presidente é Rodrigo Agostinho, ex-deputado federal filiado ao PSB e que teve participação ativa na bancada do meio ambiente no Congresso.
Além do interesse em avançar na exploração de petróleo, a concessão da licença atenderia a principal reivindicação do novo presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), maior defensor dessa iniciativa em razão do poço a ser perfurado ficar na área marinha do estado dele, o Amapá.
A CNN perguntou a Alcolumbre, nesta semana, se haveria alguma ação política buscando pressionar pela liberação e ele respondeu que “isso é assunto para o Ministério das Relações Institucionais”. Justamente o que trata das interlocuções políticas dentro e fora do governo.
Procurado, Agostinho não se manifestou.