Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    CNN Brasil Money

    Carne deve ficar mais barata no meio de fevereiro, diz setor

    Preços foram influenciados por cotação do boi no mercado; prévia da inflação de janeiro mostrou a aceleração de 1,93% no preço das carnes no mês

    Cristiane Nobertoda CNN , em Brasília

    O preço da carne pode cair a partir da metade de fevereiro, segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa. Ele explica que os valores pagos atualmente refletem a cotação do boi de dezembro, quando os preços no mercado estavam mais altos.

    Em janeiro, a cotação do arroba, unidade que equivale a 15 quilos de boi gordo, caiu entre 8% e 10%, redução que deve chegar ao consumidor nas próximas semanas.

    “A carne que estamos comendo hoje está mais cara porque é a de dezembro, quando os valores no mercado estavam mais altos. Até o meio de fevereiro já deve dar uma diminuída. Já estamos sentindo isso nos frigoríficos comparado com dezembro”, afirmou à CNN.

    Em dezembro, o arroba do boi foi negociado a R$ 350. Já em janeiro, os valores variaram entre R$ 330 e R$ 320.

    O preço das carnes é um fator de séria preocupação para o governo, pois o barateamento do item é promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e impacta diretamente na popularidade do governo.

    Em 2024, os alimentos de um modo geral geraram uma pressão inflacionária de 4,83% e o grupo Alimentação e Bebidas registrou aumento de 7,69%, com destaque para carne, café e leite.

    O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial do Brasil, apontou um aumento de 1,93% nos preços das carnes em janeiro.

    Em entrevista para rádios mineiras nesta quarta-feira (5), Lula afirmou que quer se reunir com as indústrias da carne para discutir o que pode ser feito com relação aos preços.

    “Tenho uma reunião essa semana com o pessoal da carne, com o Ministério da Agricultura para que a gente encontre uma solução para fazer com que esse alimento chegue na mesa do trabalhador compatível com o poder aquisitivo do trabalhador”, disse.

    Apesar da sinalização do presidente, Perosa afirmou que ainda não recebeu convite para a reunião. No entanto, disse que conversou com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, sobre questões do setor.

    O presidente da Abiec destacou que a indústria não tem propostas concretas neste momento para conter os preços porque as variações são conjunturais.

    “Tem a questão do clima que no ano passado influenciou bastante, a alta do dólar, o crescimento da massa salarial. Não são coisas que dependem da indústria, são coisas conjunturais”, frisou.

    Mesmo assim, ele defendeu apoio à intensificação da produção e a ampliação do programa de recuperação de pastagens degradadas. “Um plano safra robusto nesse sentido é bom. No resto, o setor está redondo, operando num momento muito bom”, afirmou.

    Sem risco de desabastecimento

    A alta no preço das carnes também foi citada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) como um fator de pressão inflacionária.

    Na ata divulgada nesta terça-feira (4), o Banco Central justificou que vai continuar acelerando em 1 ponto percentual a Selic – atualmente em 13,25% ao ano – porque vê que o “cenário de inflação de curto prazo segue adverso”, impulsionado pela alta no preço dos alimentos, em especial a carne, e pelo ciclo do boi.

    “Os preços de alimentos se elevaram de forma significativa, em função, dentre outros fatores, da estiagem observada ao longo do ano e da elevação de preços de carnes, também afetada pelo ciclo do boi. Esse aumento tende a se propagar para o médio prazo em virtude da presença de importantes mecanismos inerciais da economia brasileira”, diz o documento.

    Para Perosa, a avaliação do BC “não faz sentido”. Segundo ele, não há risco de desabastecimento e as exportações em janeiro foram dentro da média, sem impacto relevante nos preços.

    “Não vamos ter um problema do ciclo pecuário e vamos ter um ano com supersafra de grãos que vai ajudar na terminação de animais. Quando isso acontece, ganha-se em produtividade, pois não enviamos para abate com 20 arrobas e sim com 22 arrobas. Não terá problema de suprimento, nem de produção, nem de preço”, garantiu.

    Com vetos da tributária, exportação de cigarros e bebidas será taxada

    Tópicos