Especialistas explicam inundações frequentes no Jardim Pantanal (SP)
Percurso original do Tietê é cheio de curvas e não permitiria habitação nas margens devido à formação de bolsões d'água
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Homens passam de bicicleta em rua alagada, no Jardim Pantanal, Zona Leste de São Paulo • CNN/Gabriela Milanezi
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Jardim Pantanal, Zona Leste de São Paulo, foi uma das regiões mais afetadas pela chuvas que acometeram a capital • CNN/Gabriela Milanezi
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Região da Zona Leste está inundada há pelo menos três dias • CNN/Gabriela Milanezi
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As chuvas intensas que atingem São Paulo têm causado preocupação crescente para o governo estadual • CNN/Gabriela Milanezi
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Há cerca de três décadas os moradores na região sofrem com as enchentes. • CNN/Gabriela Milanezi
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A prefeitura de São Paulo destinou 3 mil agentes, entre os de limpeza, zeladoria, assistência social e trânsito para a região • CNN/Gabriela Milanezi
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Ricardo Nunes (MDB) afirmou que a prefeitura avaliou a construção de um dique para contornar o rio Tietê e evitar os alagamentos, uma obra avaliada em R$ 1 bilhão • CNN/Gabriela Milanezi
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Segundo a SEMIL, o fechamento das comportas da Barragem da Penha não tem nenhuma relação com alagamentos em bairros da região. • CNN/Gabriela Milanezi
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Moradores tiveram água acima da cintura enquanto transitam pelas ruas, cômodos de moradias foram tomados pela água e famílias precisaram sair das residências • CNN/Gabriela Milanezi
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As chuvas intensas que atingem São Paulo, desde a última sexta-feira (31), têm castigado os bairros que cercam o Rio Tietê, como o Jardim Pantanal, na zona leste da capital.
Uma moradora do bairro contou que há mais de três dias diversas famílias estão ilhadas devido às enchentes que atingem o bairro.
Segundo o professor Pedro Côrtes, analista de Meio Ambiente e Clima da CNN, o percurso original do Tietê, um rio meandrante — isto é, cheio de curvas — não permitiria que suas margens fossem habitadas, pois na área de várzea do rio formam-se grandes bolsões d’água com áreas de inundação.
“As mudanças climáticas e a urbanização acelerada prejudicaram a região, levando, além das inundações, outras questões como: a contaminação do sistema de distribuição da Sabesp e a perda de capacidade de transporte do Rio Tietê, que já tem um fluxo lento naturalmente”, explica o professor.
A CNN também falou com o diretor da SP Águas, a agência de Águas do Estado de São Paulo, vinculada à Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística.
“Com o excesso de chuvas que tivemos em um curto período, o efeito natural é que essa água se extravase para a região de várzea, onde está localizado o bairro Jardim Pantanal. Isso é o que acaba gerando esse impacto”, explicou o diretor Nelson Lima.
A SP Águas afirmou que o fechamento das comportas da Barragem da Penha não tem nenhuma relação com alagamentos em bairros da região.
“A população tem a impressão de que, quando fazemos esse fechamento devido ao excesso de chuvas, a barragem funciona como se estivesse aberta, o que impactaria o escoamento daquela região. Mas, o Tietê já escoa naturalmente, pois há uma diferença de desnível de 3 a 4 metros em relação à cota mais alta. Ele está fluindo naturalmente”, explica o diretor da SP Águas.
Ainda conforme o diretor, a comporta está totalmente fechada e os níveis continuam baixando, mas o processo ocorre de maneira lenta.