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    Relógio do Juízo Final: 5 momentos que aproximaram mundo do apocalipse

    Em 2025, ele começou a marcar 89 segundos para meia-noite, o mais próximo do ponto teórico de aniquilação já registrado

    Tiago Tortellada CNN , em São Paulo

    Desde 1947, cientistas atualizam o chamado “Relógio do Juízo Final”, que tenta avaliar o quão perto a humanidade está da destruição total. Ele foi criado pelo Bulletin of Atomic Scientists, que reunia especialistas que ajudaram a construir a primeira bomba atômica do mundo.

    Originalmente, o relógio pretendia “medir” ameaças nucleares, mas, em 2007, os cientistas decidiram incluir as mudanças climáticas em seus cálculos.

    Assim, diversos momentos históricos fizeram com que o relógio fosse ajustado para mais perto da meia-noite, o ponto teórico da aniquilação.

    Em 2025, ele começou a marcar 89 segundos para meia-noite, o ponto mais próximo do apocalipse já registrado, tendo em vista ameaças sobre uso de armas nucleares pel Rússia em meio à invasão da Ucrânia, aplicações militares da inteligência artificial e mudanças climáticas, por exemplo.

    Veja cinco ajustes do Relógio do Juízo Final

    1953 — Testes nucleares da União Soviética

    Neste ano, o Relógio do Juízo Final foi ajustado para marcar 2 minutos para a meia-noite pela primeira vez.

    Em 1952, os EUA testaram sua primeira bomba de hidrogênio — mais forte que uma boma nuclear –, destruindo uma ilha do Oceano Pacífico no processo. Meses depois, os soviéticos testaram uma bomba de hidrogênio própria.

    Na última atualização, em 1949, estava a três minutos do ponto teórico de aniquilação.

    1984 — Guerra Fria

    Neste ano, o Relógio do Juízo Final foi ajustado para marcar 3 minutos para a meia-noite, quando a relação entre Estados Unidos e União Soviética chegou a um dos pontos mais baixos na Guerra Fria.

    Segundo os cientistas, todas as formas de contato entre as duas nações foram cortadas ou ficaram próximas a isso. Além disso, os EUA se interessam em um sistema anti-mísseis balísticos espacial.

    Esse foi o momento mais próximo da meia-noite que o relógio chegou até o fim do século XX.

    2018 — Mudanças climáticas e ameaças tecnológicas

    Essa foi a primeira vez que o Relógio do Juízo Final voltou a marcar 2 minutos para a meia-noite desde os testes nucleares da União Soviética.

    Os cientistas disseram que este era o momento mais perigoso desde a Segunda Guerra e apontaram para o progresso do programa nuclear da Coreia do Norte, além do aumento na tensão no Mar do Sul da China.

    Outro ponto importante era a mudança climática, que os especialistas alertaram que o mundo falhou em conseguir abordar esse problema.

    Por fim, destacaram as alterações tecnológicas, que estavam ameaçando democracias “à medida que os Estados procuram e exploram oportunidades para usar as tecnologias da informação como armas”.

    2020 — Perigo nuclear e mudança climática

    Neste ano, o Relógio do Juízo Final começou a marcar 100 segundos para a meia-noite, a primeira vez que ficou abaixo dos dois minutos.

    Cientistas alertaram para duas ameças existenciais: guerra nuclear e mudanças climáticas.

    Esses perigos foram agravados pela “guerra de informação cibernética”, que, de acordo com os especialistas, prejudica a capacidade de resposta da sociedade aos problemas.

    2025 – Líderes e sociedade falham na mudança de curso

    O momento mais próximo da meia-noite já registrado pelo Relógio do Juízo Final: 89 segundos para a meia-noite.

    Os fatores que justificam a mudança deste ano, como risco nuclear, mudança climática e uso indevido de avanços nas ciências biológicas e inteligência artificial, não eram novos em 2024, mas os cientistas destacam que tanto os líderes nacionais quanto as sociedades falharam para mudar o curso rumo à aniquilação.

    Mas e momentos como a Crise dos Mísseis de Cuba?

    Os cientistas responsáveis explicam que o Relógio do Juízo Final “captura tendências e leva em consideração a capacidade dos líderes e das sociedades de responder às crises com ações fundamentadas para evitar o holocausto nuclear”.

    Isso ajuda a explicar o porquê de o relógio não ter sofrido alteração na Crise dos Mísseis de Cuba, em 1962, um dos pontos que a humanidade esteve mais próxima de uma guerra nuclear, quando a União Soviética tentou instalar mísseis balísticos na ilha.

    Os especialistas pontuam que, além de durar apenas algumas semanas, esse evento fez com que líderes de Estados Unidos e União Soviética tirassem lições.

    Em 1963, autoridades dos dois países e do Reino Unido assinaram o Tratado de Proibição Limitada de Testes, que proibiu todos os testes nucleares na atmosfera, no espaço ou debaixo d’água.

    O que acontece se o relógio chegar à meia-noite?

    O relógio nunca chegou a bater meia-noite, e Rachel Bronson, presidente e CEO do Bulletin, espera que isso nunca aconteça.

    “Quando o relógio bate meia-noite, significa que ocorreu algum tipo de troca nuclear ou mudança climática catastrófica que acabou com a humanidade. Portanto, não queremos chegar lá e não saberemos quando chegaremos”, destacou.

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