Andrei sobre Bolsonaro: Qualquer investigado pode ser sujeito de cautelar
Diretor-geral da Polícia Federal defendeu direito à ampla defesa e afirmou não saber como se manifestará a PGR
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Ao ser questionado sobre a possibilidade de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, não descartou a determinação de uma medida cautelar.
“Qualquer investigado pode ser sujeito de alguma medida cautelar, pode ser sujeito de uma decisão judicial que a Polícia Federal cumprirá”, disse durante participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, nessa segunda-feira (27).
O ex-presidente foi indiciado em três inquéritos no ano passado:
- Em março, Bolsonaro foi indiciado por participação em esquema de fraude em registro no cartão vacinal contra a Covid-19.
- Em julho deste ano, a PF indiciou Bolsonaro no âmbito da investigação relacionada à venda de joias sauditas presenteadas ao governo brasileiro e, posteriormente, negociadas nos Estados Unidos.
- Em novembro, o ex-mandatário foi indiciado no inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado no Brasil depois do resultado da eleição presidencial de 2022.
Falando especificamente sobre o inquérito que investiga a trama golpista, Andrei afirmou que a PF apresentou um “relatório consistente”.
“Nós prezamos muito pela instrução do processo, pela ampla defesa, pela garantia de direitos fundamentais, dentro do devido processo legal”, acrescentou o chefe da Polícia Federal sobre o trabalho dos investigadores.
As três investigações que envolvem o ex-presidente aguardam parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que pode oferecer denúncia, pedir mais diligências ou arquivar o caso.
Sobre esse parecer, o diretor-geral se limitou em dizer que não sabe “qual será a linha de ação da Procuradoria-Geral”.
Indiciados pela Polícia Federal
Em novembro de 2024, a PF indiciou 37 pessoas por suposto envolvimento em um plano de golpe de Estado no país, após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. Em dezembro, o número subiu para 40.
Entre elas, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os ex-ministros Walter Braga Netto e Augusto Heleno, além de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, sigla de Bolsonaro.
Os 40 foram indiciados pelos seguintes crimes:
- abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- golpe de Estado;
- e organização criminosa.