Iphan prevê concluir tombamento do antigo DOI-CODI ainda em 2025
Quartel onde presos políticos foram torturados é retratado em "Ainda Estou Aqui"
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O presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass, prevê que que o processo de tombamento do prédio onde funcionou o Centro de Operações de Defesa Interna, conhecido como DOI-Codi, no Rio de Janeiro, seja concluído no segundo semestre deste ano.
Na unidade militar, perseguidos políticos foram presos, torturados e mortos.
Entre eles, o ex-deputado Rubens Paiva, cuja história é retratada no filme “Ainda Estou Aqui”, que ganhou repercussão internacional e concorre a três categorias no Oscar.
O processo de tombamento do prédio onde atualmente funciona o 1º Batalhão de Polícia do Exército do Rio de Janeiro, na Tijuca, na Zona Norte do Rio, está parado há mais de dez anos. O Ministério Público Federal (MPF) pediu ao Iphan que priorize o processo do antigo DOI-Codi.
À CNN, o presidente do Iphan disse que ao assumir o cargo em 2023, no primeiro ano do governo Lula, já havia determinado a priorização de processos de tombamentos de bens culturais de memória sensível, o que inclui a ditadura e a escravidão
Grass, porém, afirma que a repercussão do filme “Ainda Estou Aqui” ajuda no avanço do processo.
“O filme reforça a importância do lugar e obviamente alavanca a legitimidade e a visibilidade do processo. A produção soma a reação aos argumentos das áreas técnicas, movimenta o interesse público, desperta a curiosidade e agrega informação sobre acontecimentos”, disse Grass à CNN.
De acordo com o presidente do Iphan, a expectativa é que o processo seja apreciado na reunião do conselho deliberativo no segundo semestre – a última etapa para o tombamento.
Segundo ele, o Iphan deve concluir também, neste ano, o processo do tombamento da sede do antigo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), durante o Estado Novo e a ditadura militar, na região central do Rio.
Ainda Estou Aqui
O filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles e protagonizado por Fernanda Torres e Selton Mello, foi indicado na categoria Melhor Filme, Melhor Filme Estrangeiro e Melhor atriz.
Pela atuação, Fernanda Torres ganhou o prêmio de melhor atriz de drama no Globo de Ouro.