Bilionário democrata vai financiar ações dos EUA contra mudanças climáticas
Michael Bloomberg anunciou que sua fundação e alguns aliados vão assumir as obrigações financeiras do país com o órgão da ONU responsável pelo setor depois de Trump anunciar a saída do Acordo de Paris
O bilionário democrata e ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg anunciou que sua fundação e algumas associações aliadas vão assumir as obrigações financeiras do governo dos Estados Unidos com o órgão da ONU responsável pelo combate às mudanças climáticas, a UNFCCC.
O anúncio foi feito após o presidente Donald Trump assinar uma medida executiva que retira o país do Acordo de Paris, o principal tratado que regulamenta e dá as diretrizes para o combate ao aquecimento global.
Trump também assinou ordem executiva suspendendo o pagamento dos compromissos financeiros internacionais dos EUA com o clima.
Os Estados Unidos financiam parte das atividades da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC na sigla em inglês).
O órgão é responsável por coordenar as ações globais contra o aquecimento, assessorar os quase 200 países que reconhecem o Acordo de Paris, ajudá-los a implementar suas políticas climáticas e organizar as COPs – as cúpulas mundiais do clima. A COP30 será realizada, por sinal, este ano, em Belém, no Pará.
O rombo causado pela suspensão do financiamento por Trump poderia prejudicar várias dessas ações.
Com o anúncio, a UNFCCC vai poder continuar trabalhando sem maiores interrupções.
Mas ainda não está claro que países poderiam substituir os Estados Unidos com contribuições bilionárias para os fundos globais de apoio às nações em desenvolvimento na questão do clima.
Enviado especial da ONU
Bloomberg é atualmente o Enviado Especial da ONU para a Ambição e Soluções Climáticas e tem uma longa história de apoio a ações para defender o meio ambiente.
O democrata expressou que também continuará apoiando a America Is All In, uma coalizão de cidades, estados, empresas e outros líderes climáticos dos EUA que trabalham para cumprir o compromisso do país de reduzir as emissões de 61-66% abaixo dos níveis de 2005 até 2035.
A coalizão foi muito ativa durante o primeiro mandato de Trump, quando ele já negava que a ação humana era responsável pelas mudanças climáticas e retirou os Estados Unidos pela primeira vez do Acordo de Paris.
O país retornou ao acordo no primeiro dia de mandato de Joe Biden, em 2021.
Na COP30, em Belém, a delegação americana será comandada por governadores de estados comprometidos com a luta contra as mudanças climáticas e representantes da coalizão.
