Análise: Saída dos EUA do acordo de Paris pode gerar “efeito dominó”
Decisão de Trump de retirar os EUA do pacto climático pode enfraquecer esforços globais contra o aquecimento
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou decretos que incluem a retirada do país do Acordo Climático de Paris, uma decisão que pode ter consequências significativas para os esforços globais de combate às mudanças climáticas.
A saída dos EUA do acordo, que deve se concretizar em um ano, representa um retrocesso no combate ao aquecimento global.
Segundo o analista sênior de Internacional da CNN Américo Martins, os Estados Unidos, sendo a maior economia do mundo e historicamente um dos maiores poluidores, têm um papel crucial nesse cenário.
Efeito “dominó” e enfraquecimento do acordo
Para Américo, a decisão americana pode desencadear um “efeito dominó”, levando outros países a também abandonarem o acordo ou reduzirem seu engajamento.
Isso é particularmente preocupante no contexto atual, em que o planeta enfrenta temperaturas recordes e eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes.
Em 2024, pela primeira vez, o mundo registrou uma temperatura média 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, um limite estabelecido pelo próprio Acordo de Paris como crítico para evitar impactos climáticos catastróficos.
Impactos globais e desafios para o Brasil
A saída dos EUA também afeta os planos do Brasil, que sediará a COP30 em Belém.
A ausência do governo federal americano como aliado nesse embate aumenta a pressão sobre o Brasil e outros países para adotarem medidas mais duras no combate ao aquecimento global.
Embora alguns estados americanos e empresas prometam manter o engajamento na luta contra as mudanças climáticas, a falta de apoio do governo federal dos EUA torna o desafio significativamente maior.
Isso ocorre em um momento crítico, quando o aquecimento global já mostra seus efeitos devastadores em várias partes do mundo, incluindo secas na Amazônia e enchentes no sul do Brasil.
A comunidade internacional agora enfrenta o desafio de manter o combate às mudanças climáticas, mesmo sem a participação da maior economia do mundo.