Análise: Mesmo com cessar-fogo, a tensão entre Israel e Hamas permanece
Américo Martins destaca a complexidade das negociações e importância da colaboração internacional para o acordo temporário entre as partes
O cessar-fogo entre Israel e o Hamas, iniciado no domingo (19), marca um passo importante, mas frágil, no conflito que assola a região de Gaza.
Segundo o analista sênior de Internacional da CNN, Américo Martins, o acordo representa um avanço significativo, embora os problemas fundamentais entre as partes persistam.
O acordo, que inclui a libertação de reféns e prisioneiros de ambos os lados, é resultado de um esforço diplomático conjunto envolvendo diversos atores internacionais. Américo enfatiza que os créditos pelo avanço nas negociações devem ser compartilhados entre várias partes envolvidas.
Colaboração internacional
O Catar desempenhou um papel fundamental ao insistir no acordo desde o início do conflito, exercendo pressão especialmente sobre o Hamas.
Além disso, a colaboração entre as administrações de Joe Biden e Donald Trump nos Estados Unidos foi essencial para o progresso das negociações.
Américo destaca: “Tanto o Joe Biden, que planejou esse acordo desde maio do ano passado, quanto o engajamento do Donald Trump, que queria resolver pelo menos inicialmente esse conflito entre o Hamas e Israel antes de tomar posse, foram essenciais”.
Fragilidade do acordo
Apesar do otimismo inicial, o analista alerta para a natureza temporária e frágil do cessar-fogo.
“Nós estamos falando aqui de um acordo de cessar-fogo, que por natureza é um acordo temporário. É um passo na direção certa, mas não garante o fim da guerra, não garante a paz e menos ainda o fim do conflito entre os palestinos e israelenses”, explica Américo.
As próximas seis semanas serão cruciais para avaliar a implementação da primeira fase do acordo.
O cumprimento dos compromissos por ambas as partes, incluindo a libertação de reféns pelo Hamas e a suspensão dos ataques por Israel, será determinante para o sucesso desta trégua e possíveis negociações futuras.
O analista conclui ressaltando a importância de monitorar de perto o desenrolar dos eventos, com Donald Trump assumindo um papel significativo na supervisão do acordo do lado americano.
A manutenção deste frágil equilíbrio pode abrir caminho para discussões mais concretas sobre uma paz duradoura na região, afirma Américo.