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    Advogados de opositor russo Alexei Navalny são condenados por “extremismo”

    Igor Sergunin, Alexei Liptser e Vadim Kobzev receberam sentenças que variam entre três anos e meio e cinco anos e meio

    Christian EdwardsAnna Chernovada CNN

    Três advogados de Alexei Navalny, o crítico do Kremlin que morreu ano passado em uma prisão no Ártico, foram considerados culpados por um tribunal russo de pertencer a um grupo extremista e presos por vários anos.

    Igor Sergunin, Alexei Liptser e Vadim Kobzev foram julgados a portas fechadas em Petushki, a leste de Moscou, e condenados, respectivamente, a três anos e meio, cinco anos e cinco anos e meio.

    Os promotores acusaram os advogados de “usar seu status” para passar cartas escritas por Navalny durante seu tempo na prisão para seus associados, permitindo que ele continuasse a liderar uma “organização extremista”, de acordo com o jornal russo independente Novaya Gazeta.

    Navalny morreu repentinamente em fevereiro do ano passado enquanto cumpria uma sentença de 19 anos por acusações de extremismo que ele negou. O serviço prisional russo disse que Navalny “se sentiu mal depois de uma caminhada”. O Kremlin negou envolvimento em sua morte, mas muitos países ocidentais e aliados de Navalny colocaram a culpa no presidente russo Vladimir Putin.

    Grupos de direitos humanos dizem que a condenação dos advogados de Navalny mostra que o Kremlin continua reprimindo a oposição ao governo de Putin e sua guerra na Ucrânia.

    “Ao perseguir advogados apenas por fazerem seu trabalho, as autoridades russas estão desmantelando o que resta do direito à defesa legal e abusando do que é um sistema de justiça criminal apenas no nome”, disse a Anistia Internacional em um comunicado.

    O grupo disse que a condenação foi “uma tentativa vergonhosa de silenciar aqueles que ousaram defender Navalny” e pediu a libertação incondicional dos advogados.

    Os advogados foram presos pela primeira vez em outubro de 2023 sob acusações de participação em uma “organização extremista”, que a Anistia disse ser uma “designação arbitrária” que o Kremlin aplicou à Fundação Anticorrupção de Navalny.

    Eles se juntam a uma série de russos associados a Navalny que têm sido perseguidos por promotores desde a morte do líder da oposição. Em abril passado, dois jornalistas russos, Konstantin Gabov e Sergey Karelin, foram acusados ​​de produzir conteúdo para o canal de Navalny no YouTube, que publica vídeos investigando a corrupção no Kremlin que acumularam milhões de visualizações.

    Yulia Navalnaya, viúva de Navalny, disse na sexta-feira (17) que os advogados são “prisioneiros políticos” que “devem ser libertados imediatamente”.

    Navalny, o oponente mais formidável de Putin, foi preso ao retornar à Rússia em 2021. Ele chegou da Alemanha, onde recebeu tratamento após ser envenenado com Novichok, um agente nervoso da era soviética.

    Uma investigação conjunta da CNN e do grupo Bellingcat implicou o Serviço de Segurança Russo (FSB) no envenenamento de Navalny.

    Navalny morreu pouco mais de um mês antes de Putin ser reeleito presidente em março do ano passado.

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