Análise: Sidônio adota troca do analógico pelo digital como mantra
Publicitário chega formalmente na Secretaria de Comunicação da Presidência nesta terça-feira (14); na analogia para o futebol, ele considera que este seja o "segundo tempo" da comunicação do governo
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O publicitário que não gosta de ser chamado de marqueteiro, Sidônio Palmeira, chega ao governo formalmente nesta terça-feira (14) com um bordão próprio: “sai o analógico, entra o digital”. É assim que fala aos auxiliares do Palácio do Planalto.
Na analogia para o futebol, ele considera que este seja o “segundo tempo” da comunicação do governo.
O primeiro tempo foi jogado por Paulo Pimenta, que acabou retirado da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) no intervalo do jogo.
Parece simples dizer que a tarefa seja apenas projetar propostas digitalmente, garantindo mais engajamento de quem o vê. Mas o real objetivo é difícil: melhorar a popularidade do governo.
A avaliação negativa de Lula está maior que a positiva. Na sexta-feira (10), pesquisa AtlasIntel mostrou que 49,8% dos brasileiros desaprovam a atuação do petista, enquanto 47,8% aprovam e o restante não soube opinar.
Funcionários da equipe de comunicação da presidência, que ainda não sabem se vão permanecer, passaram a ouvir sobre a necessidade de contar histórias nas publicações, o que leva o nome de “storytelling” na estratégia digital.
Tem sido dito também que falta coordenação entre a comunicação do Planalto e as assessorias dos ministros. Por isso, o governo não teria conseguido mostrar as suas melhores estregas, principalmente na saúde e na comunicação. Sidônio terá carta branca para fazer as alterações que julgar necessárias.
Das mudanças calculadas até aqui, o secretário de imprensa, José Chrispiniano, foi demitido na semana passada. Nesta segunda (13), deve ser confirmada nesta a saída da secretária de redes, Brunna Rosa, próxima da primeira dama, Janja Silva.
Boas histórias
Em demonstração dessas “boas histórias” que o governo quer contar, o presidente Lula apareceu na semana passada em um vídeo curto para Internet sobre não taxar o PIX em que começa dizendo “todo mundo sabe que eu sou corintiano”. O presidente estava vestido a caráter.
Até domingo (12), o conteúdo rendeu mais de 14 milhões de visualizações, muito acima da média de outros vídeos. Repercutiu mais do que outras postagens do perfil de Lula sobre o 8 de janeiro e até sobre o filme “Ainda Estou Aqui”, um dos assuntos mais comentados na Internet no momento.
Fato é que não importa quantas curtidas ou seguidores, se os números de aprovação do governo não mudarem, a comunicação online e offline continuará desagradando o presidente.