A Inteligência Artificial é encarada como uma ameaça ao emprego, mas grandes empresas avaliam que o uso da tecnologia somada às mudanças no mundo devem resultar no aumento do número total de vagas. Estudo do Fórum Econômico Mundial indica que grandes empresas esperam a criação de 78 milhões de novos empregos até 2030.

O estudo “O Futuro do Emprego 2025” foi produzido a partir de entrevistas e consultas com mais de 1.000 grandes empresas do mundo, que contam com mais de 14 milhões de trabalhadores em 55 países do mundo.

Empresas reconhecem que o uso da IA no mundo do trabalho ameaça funções. Nesse estudo, as companhias indicam a perspectiva de que até 92 milhões de postos de trabalho deverão ser fechados nos próximos cinco anos. Mas há também previsão de 170 milhões de novos postos – o que gera o saldo líquido de 78 milhões de empregos extras até 2030.

Empregos ameaçados
Entre os postos de trabalho ameaçados, o estudo cita nominalmente os caixas que trabalham para receber pagamentos no varejo e os assistentes administrativos. Os dois postos estão como alguns dos que têm “mais rápido declínio”.

A essa lista foi incluída também a função de design gráfico que, segundo as empresas, sofre com o uso maciço e barato da IA para esse tipo de função.

Apesar de reconhecer esses pontos de fragilidade, o estudo do Fórum reconhece que os avanços tecnológicos liderados pela IA criam um ambiente positivo para o trabalho no futuro.

Empregos em alta
Além da IA, mudanças demográficas, tensões geoeconômicas e pressões econômicas corroboram com a expectativa dos grandes empregadores para o aumento da demanda por mão de obra qualificada, o que deve remodelar setores e profissões em todo o mundo.

O estudo cita que “funções de linha de frente” são as que estarão em alta nos próximos cinco anos. O relatório cita trabalhadores rurais, motoristas de entrega e operários da construção civil como os postos que devem ter o maior crescimento de empregos em termos absolutos até 2030.

Os empregadores ouvidos pelo Fórum Econômico Mundial também citam expectativa de aumento significativo nos empregos no setor de saúde, como profissionais de enfermagem, e em funções de educação, como professores de escolas do ensino médio.

No caso dos setores essenciais, as tendências demográficas acabam gerando maior influência no mercado de trabalho que o uso da tecnologia.

Além da saúde e educação, o estudo também menciona que, diante dos avanços em IA, robótica e sistemas de energia, principalmente energia renovável e engenharia ambiental, devem gerar maior demanda de especialistas.