Antes de fim do contrato com a Ucrânia, Putin se reúne com líder eslovaco
A Eslováquia depende do gás que passa pela Ucrânia e primeiro-ministro Robert Fico criticou o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy por se recusar a estender o contrato, que expira no final do ano
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O presidente russo Vladimir Putin se encontrou com o primeiro-ministro eslovaco Robert Fico no Kremlin neste domingo (22), disse o apresentador de televisão russo Pavel Zarubin, no momento em que um contrato que permite o transporte de gás russo pela Ucrânia se aproxima do fim.
A Eslováquia depende do gás que passa pela Ucrânia e Fico criticou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky por se recusar a estender o contrato, que expira no final do ano.
O porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov, mostrado em um vídeo postado na conta de Zarubin no aplicativo de mensagens Telegram, disse que as discussões certamente se concentrariam no trânsito de gás e na atual situação internacional.
Ele disse que a reunião do Kremlin havia sido marcada “alguns dias atrás”.
A Ucrânia disse repetidas vezes que não estenderá o acordo de transporte com a Rússia quase 34 meses depois de iniciada a guerra entre os países vizinhos.
A Eslováquia, que tem um contrato de longo prazo com a gigante russa Gazprom, vem tentando continuar recebendo gás pela Ucrânia, dizendo que comprar em outro lugar custaria 229 milhões de dólares a mais em despesas de transporte.
Fico trouxe o assunto à tona na quinta-feira em uma cúpula da União Europeia em Bruxelas, que também contou com a presença de Zelensky, que reiterou que seu país não estenderá o transporte do gás russo.
Entenda a Guerra entre Rússia e Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin. Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.
Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.
As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.
O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.
A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.
O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.