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    “Dezenas de milhares” podem estar mortos, diz funcionária de hospital em Mayotte

    Três dias após ciclone Chido devastar território ultramarino francês, o departamento de emergência do hospital não registrou um grande número de feridos, o que os levou a temer o pior

    Lucien Libertda Reuters

    Dezenas de milhares de pessoas podem ter morrido em Mayotte após um ciclone devastador e os médicos também estão se preparando para um aumento de doenças, disse uma cirurgiã-dentista do único hospital do arquipélago nesta terça-feira (17).

    Três dias após o ciclone Chido ter devastado o território ultramarino francês na costa leste da África, o departamento de emergência do hospital não registrou um grande número de feridos, o que os levou a temer o pior, disse Naouelle Bouabbas.

    Veja imagens da destruição em Mayotte:

    “O fato de não vermos tantos feridos pelo ciclone quando tudo desabou nos faz pensar que todas essas pessoas ainda estão soterradas e mortas”, disse ela à Reuters em uma videochamada.

    “Esperamos milhares, dezenas de milhares, o que não me surpreenderia”, disse Bouabbas, quando questionada sobre um possível número de mortos, acrescentando que ainda não havia infraestrutura para remover as pessoas dos escombros.

    Autoridades disseram que centenas ou até milhares podem ter morrido, mas apenas 22 mortes foram confirmadas até a manhã desta terça-feira, disse Ambdilwahedou Soumaila, prefeito da capital Mamoudzou, à rádio francesa.

    A Cruz Vermelha disse na terça-feira que cerca de 100.000 pessoas estavam desaparecidas, incluindo cerca de 200 de seus voluntários, depois que o ciclone atingiu as ilhas com ventos de 200 km/h na pior tempestade em mais de 90 anos.

    Mais de três quartos dos cerca de 321.000 habitantes de Mayotte vivem em pobreza relativa, e estima-se que cerca de um terço sejam migrantes sem documentos, a maioria das vizinhas Comores e Madagascar. Muitos estão vivendo em favelas improvisadas.

    Bouabbas destacou que as condições de vida de muitos moradores das ilhas podem estar por trás do possível aumento acentuado no número de mortos e da potencial disseminação de doenças, preocupações também levantadas por outras autoridades.

    “As pessoas já estão com sede e fome. As pessoas já estão bebendo água suja”, disse Bouabbas. “Nós nos sentimos muito sozinhos e estamos com medo. Achamos que a parte mais difícil ainda está por vir”, disse ela.

    Instalações médicas também foram danificadas, incluindo o hospital central de Mayotte, onde ela trabalha, que foi inundado, danificando equipamentos e cortando energia, de acordo com Bouabbas.

    Não foi possível contatar o hospital para comentar.

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