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    Jussara Soares
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    Jussara Soares

    Em Brasília desde 2018, está sempre de olho nos bastidores do poder. Em seus 20 anos de estrada, passou por O Globo, Estadão, Época, Veja SP e UOL

    Bancada do agro diz ser “inadmissível” generalizar setor por financiamento de plano de golpe

    Integrantes do agro teriam fornecido dinheiro para “kids pretos” para tentativa de golpe, segundo Mauro Cid; frente parlamentar pede investigação “imparcial”

    A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) afirmou, em nota, no domingo (15) que é “inadmissível” generalizar e comprometer a imagem do setor por causa do que chamou de “ações isoladas” de integrantes do agro que teriam financiado a tentativa de golpe em 2022.

    Em depoimento à Polícia Federal, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), afirmou que os recursos para ações do plano de golpe teriam sido dados “pessoal do agro”. Segundo ele, na época, a quantia foi recebida pelo general e ex-ministro Walter Souza Braga Netto, preso no sábado (14) por suspeitas de obstruir investigações.

    “É inadmissível que ações isoladas sejam usadas para generalizar e comprometer a imagem de um setor econômico composto por mais de 6 milhões de produtores e que desempenha papel fundamental no desenvolvimento do país”, afirmou a FPA.

    A bancada do agro defendeu que as investigações “sejam conduzidas com urgência e rigor, apurando todos os indícios de ações criminosas de forma imparcial”.

    De acordo com a PF, Cid declarou em depoimento que Braga Netto atuou como intermediário e entregou dinheiro ao major Rafael de Oliveira, um “kid preto”, em uma sacola de vinho. O ex-ministro teria dito, segundo Cid, que o financiamento havia sido obtido junto ao “pessoal do agronegócio”.

    O grupo defendeu que os responsáveis envolvidos no plano de golpe “sejam identificados e punidos com o máximo rigor da lei, independentemente da atividade econômica de eventuais envolvidos”.

    A FPA também afirmou que o processo de investigação deve ser feito “de forma legal, transparente, equilibrada e em estrita observância ao que determina a Constituição Federal”.

    O plano de golpe, conforme indicou a investigação da PF, visava o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

    A Polícia Federal afirmou haver indícios de que Braga Netto teria atuado como um coordenador da tentativa de golpe desde o início das investigações.

    Preso no Rio de Janeiro desde sábado, o militar também é suspeito de tentar obter dados da delação premiada de Mauro Cid. A defesa de Braga Netto declarou que “não houve qualquer obstrução às investigações”.

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