O publicitário Sidônio Palmeira, marqueteiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2022, disse a interlocutores que só aceitaria assumir a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República caso tenha autonomia total para trabalhar.

Antes de aceitar um eventual convite, que ainda não foi formalizado, o publicitário quer saber quais condições serão colocadas à mesa.

A avaliação é de que o cargo exige liberdade plena de atuação e não pode sofrer influências de dentro do governo. A primeira-dama, Janja da Silva, tem recebido críticas de aliados da base por ingerências na comunicação em redes sociais.

Sidônio, que atualmente mora na Bahia, teria que trabalhar em Brasília e deixar de atuar em sua empresa de publicidade caso vire ministro.

Atualmente, a Secom é comandada por Paulo Pimenta. Segundo fontes do governo, ele provavelmente seria realocado para outro ministério, como a Secretaria-Geral da Presidência.

Antes de ser hospitalizado, o presidente esteve com Sidônio, quando pediu que o ex-marqueteiro esteja “mais próximo” do governo.

A CNN apurou que ainda não houve um convite formal a Sidônio, mas que o presidente pretende conversar com o publicitário baiano ao retornar às atividades, em Brasília.

Sidônio é figura frequente no Palácio do Planalto e costuma ser chamado para atenuar crises e dar ideias na comunicação.

A última vez em que isso aconteceu foi durante a elaboração do pronunciamento do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o pacote de corte de gastos.

Sidônio foi chamado por Lula para redigir o discurso de Haddad à nação, sob supervisão de Pimenta e com ajuda de outros nomes, a exemplo do publicitário Otávio Antunes, que atuou na campanha presidencial de Haddad, em 2018.

Antunes é o responsável pela frase “Brasil mais justo” adotada pelo ministro no pronunciamento e que deverá ser incluída no próximo slogan do governo.

Foi de Sidônio, por exemplo, a ideia para incluir na mensagem a isenção do Imposto de Renda para pessoas que ganham até R$ 5 mil por mês.

Sidônio também deverá atuar em uma campanha do governo que será lançada, em breve, sobre as medidas econômicas.