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Waack: Alta da Selic é consequência das apostas de Lula
Cenário externo de incerteza e instabilidade também não ajuda nessa aposta, mas Lula não se deixou impressionar. Parece ter certeza de que tudo vai dar certo… para quem?
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O Banco Central tornou a principal aposta política de Lula ainda mais arriscada. Elevou em um ponto percentual a taxa básica de juros, ameaçou – essa é a palavra certa, ameaçou – mais dois aumentos iguais nas duas próximas reuniões. O que jogaria a para acima dos 14% ao ano – o recorde recente foi um pouquinho abaixo disso, ainda no governo Bolsonaro.
A aposta política de Lula é escancarada. É manter o pé acelerando a expansão dos gastos públicos como forma de aumentar popularidade e ganhar benefícios político-eleitorais.
Ele resolveu manter essa aposta no último pacote que apresentou para conter o crescimento de despesas. Perfeitamente consciente do risco de que uma política fiscal expansionista acarrete mais inflação, desvalorização da moeda – que pressiona também a inflação. E consequente aumento de taxa de juros – que inibe a atividade econômica.
O horizonte de tudo isso é exclusivamente eleitoral. É pensando em como vencer em 2026 que Lula três resolveu assumir o risco de que inflação, juros e dólar alto causem um estrago na economia. Que seria amplamente compensado pela popularidade vinda dos gastos sociais e da prometida isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.
O cenário externo de incerteza e instabilidade também não ajuda nessa aposta, mas Lula não se deixou impressionar. Parece ter certeza de que tudo vai dar certo… para quem?