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    William Waack

    Cirurgia de Lula antecipa debate eleitoral de 2026

    Líderes levantam dúvidas nos bastidores sobre aptidão do petista para disputar reeleição

    Salvador Stranoda CNN

    A cirurgia feita às pressas pela equipe médica do presidente Lula obrigou os caciques partidários a antecipar uma discussão sobre quem será o candidato da esquerda na eleição de dois mil e vinte e seis. Oficialmente, Lula segue como dono da vaga, mas já há quem avalie cenários diferentes.

    Médicos da Presidência identificaram a hemorragia craniana na noite de segunda-feira (9). O petista voou para São Paulo e na madrugada desta terça-feira (10) e passou por uma trepanação craniana, manobra indicada para aliviar a pressão causada por esse tipo de sangramento.

    O episódio é reflexo do acidente doméstico que o presidente sofreu em outubro.

    “Ele vai ficar mais 48 horas na UTI, em observação. ele está bem, está se alimentando, está normal. É mais por precaução”, disse Roberto Kalil, chefe da equipe médica do presidente. 

    Segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, Lula não perdeu a consciência em nenhum momento. Padilha classificou o quadro do presidente como “ótimo”.

    A cirurgia de urgência pegou o mundo político no contrapé. Líderes partidários já questionam, nos bastidores, a viabilidade de Lula ser candidato à reeleição em 2026. O político já é o presidente mais velho da história do Brasil, aos 79 anos. Se disputar a reeleição, terá 81 anos durante a campanha.   

    O receio é de que Lula repita o desempenho do presidente americano Joe Biden, de 82 anos, que desistiu da disputa à Casa Branca depois de parecer fragilizado na campanha.

    Ao longo do mandato, Lula tem reforçado que, apesar da idade, se sente “jovem”. 

    Há ainda a questão da falta de lideranças emergentes no campo da esquerda. 

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já foi uma das principais apostas do PT, mas perdeu três eleições seguidas — à Prefeitura de São Paulo, em 2016, à Presidência da República, em 2018, e ao Palácio dos Bandeirantes, em 2022.  

    A antecipação do debate eleitoral vai se tornar ainda mais aguda no ano que vem, quando o governo estuda fazer uma reforma ministerial para acomodar partidos que estão formalmente na base aliada mas que não entregam votos suficientes para garantir maioria tranquila no Congresso.

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