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    Exército sírio foge da cidade de Hama após invasão de rebeldes 

    Grupos teriam tomado bairros e libertado detentos de prisão

    Suleiman al-KhalidiMaya GebeilyTimour Azharida Reuters

    Os rebeldes sírios expulsaram as forças pró-governo de Hama nesta quinta-feira (5), conquistando uma nova e importante vitória após um avanço repentino no norte da Síria.

    A ocupação da cidade significa um novo golpe contra o presidente Bashar al-Assad e seus aliados russos e iranianos.

    O Exército sírio anunciou que os rebeldes haviam entrado em Hama após intensos confrontos e declarou estar se deslocando para fora da cidade “para preservar a vida dos civis e evitar um combate urbano”.

    Os rebeldes afirmaram ter tomado bairros no nordeste da cidade e a prisão central, libertando os detidos.

    A emissora Al Jazeera transmitiu o que disse serem imagens de rebeldes na cidade, alguns deles encontrando civis perto de uma rotatória, enquanto outros dirigiam veículos militares.

     

    Os insurgentes tomaram Aleppo, principal cidade do norte do país, na semana passada e, desde então, têm se deslocado para o sul.

    Os grupos usaram o território já dominado no noroeste da Síria, alcançando uma colina estratégica ao norte de Hama na terça-feira (3) e avançaram para as regiões leste e oeste da cidade na quarta-feira (4).

    Hama permaneceu nas mãos do governo durante toda a guerra civil, que eclodiu em 2011 como uma rebelião contra o presidente Bashar al-Assad.

    Sua queda para uma insurgência reanimada causaria um choque em Damasco e em seus aliados.

    A cidade está próxima da rota entre Aleppo e Damasco e a captura abriria caminho para um avanço rebelde sobre Homs, a principal cidade central que funciona como um cruzamento e liga as regiões mais populosas da Síria.

    Dentro de Hama, cenário de um levante islâmico que a dinastia Assad esmagou em 1982, a internet foi cortada e as ruas esvaziadas na quarta-feira, informou um morador cuja família permanece na cidade.

    Entenda o conflito na Síria

    A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.

    O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.

    Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.

    Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.

    A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.

    Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.

    Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, segundo a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.

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