Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Polícia inicia investigação sobre morte do CEO da UnitedHealthcare

    Segundo fonte, executivos do alto escalão já sofreram ameaças 

    Karina TsuiJohn MillerBrynn Gingrasda CNN

    A polícia está procurando um atirador que matou o CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, no que a polícia descreveu como um ataque ousado e deliberado no coração da cidade de Nova York.

    O atirador mascarado estava “à espreita” do lado de fora do Hilton Midtown pouco antes das 7h na quarta-feira (4), segundo a comissária de polícia de Nova York, Jessica Tisch, enquanto Thompson se dirigia ao hotel para participar da conferência anual de investidores de sua empresa.

    Quando Thompson se aproximou do prédio, uma figura encapuzada escura com uma mochila cinza apareceu a alguns metros atrás do executivo e atirou em suas costas, mostra um vídeo de vigilância obtido pela CNN.

    O empresário cambaleou para frente antes de se virar para encarar o agressor e cair no chão. O atirador caminhou em direção a ele e continuou a atirar, mostra o vídeo.

    Thompson foi declarado morto menos de meia hora após o ocorrido, e a busca pelo atirador, que fugiu para o Central Park, continua nesta quinta-feira (5). A polícia está vasculhando o vídeo e examinando pistas que o suspeito pode ter deixado ao fugir da cena.

    As palavras “negar”, “defender” e “depor” foram encontradas nos cartuchos descobertos na cena do tiroteio, informou a ABC News, citando fontes policiais. A CNN entrou em contato com o Departamento de Polícia de Nova York, que se recusou a comentar. Assassinato, ameaças contra executivos da empresa e investigação em andamento

    O motivo por trás do tiroteio permanece desconhecido, embora a polícia o tenha descrito como um “ataque premeditado, pré-planejado e direcionado” na West 53rd Street e 6th Avenue em Midtown Manhattan.

    Os investigadores disseram à CNN que, após o tiroteio, o agressor atravessou a rua do Hilton, fugiu por um beco e pegou uma bicicleta elétrica, antes de seguir em direção ao Central Park, onde foi visto pela última vez às 6h48. As autoridades estão vasculhando a área, mas não encontraram a bicicleta ou a arma do atirador.

    No entanto, encontraram um telefone e uma garrafa de água que podem ter sido derrubados pelo suspeito quando fugiu.

    Brian Thompson, CEO da UnitedHealthcare • UnitedHealth Group

    Um vídeo em um Starbucks próximo mostra o agressor comprando uma garrafa de água e duas barras energéticas cerca de 30 minutos antes do tiroteio, relatou um oficial sênior da polícia.

    O telefone pode fornecer impressões digitais, DNA e — se os técnicos da polícia conseguirem desbloquear o aparelho — outras pistas sobre a identidade do suspeito, comunicaram os investigadores.

    Mesmo que seja um “telefone descartável”, ainda pode fornecer pistas sobre comunicações e buscas antes do ataque. A garrafa de água também pode ter evidências de DNA, disseram as autoridades.

    As autoridades também estão investigando se a bicicleta foi pré-posicionada, porque acham que o suspeito pode ter pegado o metrô do Upper West Side para Midtown, segundo as fontes policiais. Os investigadores também têm um vídeo do suspeito no Upper West Side, carregando o que parece ser uma bateria de bicicleta elétrica.

    A polícia acredita que o atirador é um “homem de pele clara” que foi visto pela última vez vestindo “uma jaqueta marrom-clara ou creme, uma máscara facial preta, tênis preto e branco e uma mochila cinza”.

    Eles estão oferecendo até US$ 10 mil por informações que levem à prisão e condenação do suspeito.

    O atirador parece ser experiente, dizem especialistas

    Embora uma arma ainda não tenha sido identificada, os detetives acreditam que o suspeito operou lenta e deliberadamente, de uma forma que sugere que era um atirador experiente, conforme policiais falaram à CNN, sob condição de anonimato devido à investigação em andamento.

    Especialistas em armas de fogo que estudaram o vídeo dizem que, embora pareça que a arma apresentou defeito a cada disparo, o agressor reagiu e limpou o bloqueio na arma com confiança — como se o suspeito fosse alguém com treinamento em armas de fogo da polícia ou do exército.

    “Parece que ele é eficiente no uso de armas de fogo por conseguir resolver os problemas de funcionamento bem rápido”, explicou o chefe de detetives do NYPD, Joe Kenny, em uma entrevista coletiva na quarta-feira (4).

    A arma também parecia estar equipada com um silenciador, o que pode fazer com que funcionem mal e emperrem, a menos que sejam instaladas com modificações específicas, segundo um policial e especialistas em armas de fogo.

    O tiroteio foi um “ataque descarado e direcionado”, afirmou o comissário Tisch do NYPD, descrevendo o suspeito como tendo esperado por vários minutos, pisando na calçada por trás de um carro e mirando em Thompson, apesar de estar à vista de outras pessoas e carros que passavam.

    “Não descansaremos até identificarmos e prendermos o atirador neste caso”, exclamou Tisch.

    Atirador teria esperado executivo da UnitedHealthcare 'a noite toda', diz testemunha
    Atirador teria esperado executivo da UnitedHealthcare ‘a noite toda’, diz testemunha • REUTERS

    CEO recebeu ameaças

    Embora a polícia não tenha anunciado o motivo do ataque a Thompson, uma fonte ligada à investigação contou à CNN que a empresa que controla a UnitedHealthcare, UnitedHealth Group — a maior seguradora dos Estados Unidos — estava ciente das ameaças preocupantes contra os executivos de alto escalão.

    O nome do empresário não foi mencionado especificamente, mas as ameaças falavam sobre perseguir os empresários de cargo alto da empresa, expressou a fonte. Em uma entrevista à NBC, a viúva de Thompson, Paulette, compartilhou que “houve algumas ameaças” contra o marido.

    “Só sei que ele disse haver algumas pessoas que estavam o ameaçando”.

    Paulette Thompson se recusou a comentar com a CNN sobre as ameaças que descreveu à NBC.

    A liderança do UnitedHealth Group é apoiada por uma equipe de segurança interna, inclusive na conferência de Nova York, pontuou outra fonte familiarizada com a segurança da empresa.

    A equipe de segurança do empresário não estava com ele quando o ataque aconteceu.

    Empresa ‘chocada’ com a perda

    Thompson, que morava em Minnesota, foi nomeado presidente-executivo da UnitedHealthcare em 2021 e estava na empresa desde 2004.

    Antes de ser nomeado presidente-executivo da UnitedHealthcare, Thompson trabalhou como CEO dos negócios de programas governamentais da empresa, que incluem seus negócios de Medicare e aposentadoria.

    “Estamos profundamente tristes e chocados com o falecimento do nosso querido amigo e colega Brian Thompson, o CEO da UnitedHealthcare”, disse uma declaração pública da empresa.

    Ainda segundo comunicado, “Brian era um colega e amigo altamente respeitado por todos que trabalharam com ele. Estamos trabalhando em estreita colaboração com o Departamento de Polícia de Nova York e pedimos sua paciência e compreensão durante este momento difícil. Nossos corações estão com a família de Brian e todos que eram próximos a ele.”

    Thompson foi processado em maio por suposta fraude e negociação ilegal com informações privilegiadas.

    O Hollywood Firefighters’ Pension Fund entrou com uma ação judicial contra o UnitedHealth Group, o CEO Andrew Witty, o presidente executivo Stephen Hemsley e Thompson, alegando que os executivos planejaram inflar as ações da empresa ao não divulgar uma investigação do Departamento de Justiça dos EUA sobre a empresa.

    O Distrito Sul de Nova York se recusou a comentar.

    A UnitedHealthcare não respondeu a um pedido de comentário sobre a ação judicial.

    Tópicos