Análise: Democracia da Coreia do Sul cai em territórios politicamente desconhecidos
A política interna da Coreia do Sul sempre foi fragmentada e altamente partidária. Mas nenhum líder na era democrática foi tão longe a ponto de declarar a Lei Marcial.
A decisão do presidente Yoon Suk Yeol de declarar a lei marcial é uma das mais dramáticas decisões políticas tomadas por um líder sul-coreano na história democrática moderna do país e mergulha uma das principais economias do Leste Asiático — e um aliado chave dos EUA na região — em águas desconhecidas.
A Coreia do Sul tem sido uma democracia moderna, vibrante e efervescente desde o final dos anos 1980. Por décadas, protestos foram comuns, a liberdade de expressão garantida e o poder transferido pacificamente entre campos políticos rivais.
A política interna da Coreia do Sul sempre foi fragmentada e altamente partidária. Mas nenhum líder na era democrática foi tão longe a ponto de declarar a Lei Marcial.
Nos últimos meses, Yoon e seu partido, o Partido do Poder Popular, enfrentaram uma oposição significativa de seus principais rivais, o Partido Democrático, que usou o parlamento para impeachment de membros chave do gabinete e para bloquear um projeto de lei orçamentária.
Yoon também rejeitou pedidos por investigações independentes sobre diversos escândalos que envolveram tanto oficiais importantes quanto sua esposa, criando uma atmosfera cada vez mais febril e politicamente carregada no país.
Não está claro por quanto tempo durará a ordem marcial de Yoon. Segundo a Associated Press, de acordo com a lei sul-coreana, a Lei Marcial pode ser suspensa por meio de um voto majoritário no parlamento, onde o Partido Democrático da oposição tem a maioria.