Indústria deve ser grande destaque do PIB no 3º trimestre, dizem economistas
Investimentos, consumo das famílias também devem ter participação positiva no crescimento trimestral
A expectativa pelo Produto Interno Bruto (PIB) referente ao 3º trimestre deste ano é de alta puxada pelo setor industrial e de serviços, segundo economistas consultados pela CNN. Os dados serão divulgados nesta terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Investimentos, consumo das famílias também devem ter participação positiva no crescimento trimestral.
De acordo com uma pesquisa da Reuters, o crescimento da economia no trimestre deve ser de 0,8%, sobre o período imediatamente anterior.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a “prévia do PIB”, registrou alta de 1,1% ante o período anterior, segundo a autarquia.
Juliana Inhasz, professora de economia do Instituto de Ensino e Pesquisa Insper (Insper), diz que o crescimento deste trimestre deve ter resultados fortes em comparação ao mesmo período do ano passado e em comparação ao trimestre anterior.
“O crescimento deve vir reforçado principalmente pelo setor industrial e de serviços, que vem apresentando bom desempenho nos trimestre anteriores e devem manter”, explica.
A projeção da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) é de alta de 1,7% no setor industrial, com resultados positivos disseminados entre todos os subsetores.
A professora pontua que, no lado da demanda, investimentos também devem ter destaque no crescimento esperado do PIB.
“Consumo da família e do governo devem ser positivos devido à trajetória de alta nos dois últimos trimestres. Mas investimentos tem surpreendido nesses mesmos períodos, com crescimento de quase 3%”, ressalta.
Para Juliana Trece, economista do Ibre/FGV e coordenadora do Monitor da Atividade Econômica (Monitor do PIB-FGV), aponta que o setor industrial deve ser o principal impulsor do PIB do 3º trimestre.
“O esperado era uma desaceleração nesse trimestre, apesar de fatores indicassem para isso, como um mercado de trabalho superaquecido. Mas, a indústria, que deve ser o principal destaque amanhã,” diz Trece.
A economista ressalta que a indústria de construção e transformação devem ser responsáveis pelo protagonismo industrial, devido a alta demanda pelo setor neste ano.
Agro continua incerto
Para Inhasz projeta que agro deve ter crescimento para indicar uma recuperação do setor ao invés de papel de destaque no PIB.
“Quando olhamos subprodutos do agro, como a carne, ainda é possível ver um desafio pela frente, uma vez que o setor foi bastante impactado pela estiagem e queimadas deste ano. É um desafio, mas há expectativas de uma inversão positiva em comparação aos últimos semestres”, afirma a professora.
Segundo o IBGE, no segundo trimestre deste ano o setor agropecuário recuou 2,3% no período.
Já para Trece, o agro deve ter resultado negativo nos dados divulgados nesta terça.
“É difícil fazer uma previsão sobre o agro, que é o setor mais volátil, mas acho muito difícil haver um resultado positivo de expressividade”, pontua.