Haddad: Pacote de corte não é “grand finale” e haverá mais medidas, se necessário
Em encontro com CEOs e banqueiros, ministro da Fazenda volta a defender fiscal e não descarta novos ajustes
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse em almoço com banqueiros e CEOs em São Paulo, nesta sexta-feira (29), defender o ajuste fiscal e não descartou mais medidas para cortar gasto.
“Não estou fazendo o ajuste por concessão a quem quer que seja, estou fazendo porque eu acredito nele, eu defendo ele, aqui, no PT. É uma crença minha”, disse.
Após críticas ao pacote de corte de gastos apresentado pela Fazenda nesta semana, o ministro negou que o conjunto de medidas seja o “grand finale” da contenção de despesas.
“Agora, não vamos fazer tudo que precisa ser feito em uma bala de prata, e não é o grand finale do que a gente precisa fazer. Daqui três meses eu posso estar na planilha discutindo a evolução da previdência, do BPC. Pode ser que eu tenha que mandar leis para o Congresso”.
Em evento anual da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo, ele afirmou que, caso haja desconforto em tono do cálculo do impacto das medidas, “vamos voltar para a mesa de discussão”, acrescentando que não há a intenção de “vender fantasia” e que o governo está comprometido em derrubar o déficit e reestruturar as finanças públicas.
“A caixa de ferramentas é infinita”, afirmou.
Durante o evento, Haddad reiterou que o problema fiscal é uma questão que precisa ser enfrentada por todos os Poderes, e citou manifestações de apoio às medidas pelos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), destacando o bom alinhamento com o governo.
No início da tarde, os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fizeram sinalizações públicas favoráveis ao pacote de corte de gastos anunciado pelo governo, ao mesmo tempo em que buscaram separá-lo da proposta de isenção de imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais mensais.
Em sua fala, Haddad voltou a afirmar que o governo cumprirá a meta fiscal de 2024, ficando “dentro da banda”.
*Com Reuters