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    Victor Irajá
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    Victor Irajá

    Com passagens por Estadão e rádio CBN, foi editor do Radar Econômico, da revista Veja. É especializado em Economia pela FGV e pelo Insper

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    Em entrevista à CNN, Meirelles diz que anúncio de cortes aliado à revisão do IR foi um “erro”

    Governo tem dificuldade de definir para que público está falando, diz ex-ministro da Fazenda

    Ministro da Fazenda durante o governo de Michel Temer e presidente do Banco Central durante as primeiras gestões de Luiz Inácio Lula da Silva, Henrique Meirelles considera “um erro” o anúncio do pacote fiscal estimado em R$ 70 bilhões para os próximos dois anos à expansão da faixa isenta do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil.

    Segundo ele, o impacto das revisões fica aquém das expectativas em torno do controle da relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB). “O corte tem impacto nos próximos dois anos, atingindo R$ 70 bilhões. É de fato um anúncio fraco. O corte é positivo, apesar de insuficiente e abaixo das expectativas”, diz Meirelles em entrevista à CNN.

    “Além das revisões aquém das expectativas, houve um problema que caiu feito uma bomba no mercado: a isenção do Imposto de Renda para pessoas que ganham até 5 mil reais”, continua o ex-ministro. “Num momento em que já se adiava muito o anúncio dos cortes, faz-se um anúncio menor que o necessário para estabilizar a dívida pública em relação ao PIB”, diz Meirelles.

    “O problema do governo envolve a definição de que para que público está sendo direcionado o discurso”, afirma ele. “A grande preocupação de economistas, agências no exterior, do mercado é a trajetória da dívida pública”, defende o ex-ministro. “E a questão não é o ‘mercado’, mas a solvência do próprio governo”, diz.

    Segundo a interpretação de Meirelles, a negociação em torno da isenção “foi parte fundamental da negociação entre Haddad e Lula”. “Era promessa de campanha e o presidente queria arranjar um momento para anunciar. Ele aprova o corte assim e quer ao mesmo tempo anunciar a isenção até 5 mil”, afirma Meirelles.

    “Foi um erro. Estragou o anúncio dos cortes, que já não era lá fantástico, mas poderia ser uma mensagem positiva sem o anúncio da isenção”, diz o ex-ministro.

    “Do ponto de vista político, Lula usou o corte de despesas para anunciar a isenção e cumpre uma proposta de campanha. Há dificuldade do governo de definir para que público fala”, conclui.

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