Israel diz que matou oficial da unidade aérea do Hezbollah antes de cessar-fogo
Militares afirmaram que Força Aérea do país “conduziu ataques de inteligência contra dezenas de centros de comando" do grupo libanês
O Exército de Israel confirmou nesta quarta-feira (27) que matou um oficial de operações da unidade aérea do Hezbollah em um ataque na terça-feira (26), antes do cessar-fogo no Líbano ter entrado em vigor.
O oficial era Jafar Ali Samaha, responsável pelo lançamento de drones e mísseis de cruzeiro em direção a Israel, segundo Israel.
Os militares israelenses bombardearam os subúrbios do sul de Beirute 20 vezes em dois minutos nas horas anteriores ao acordo — um dos ataques mais intensos desde o início da guerra.
Pelo menos 25 pessoas foram mortas nos ataques de terça (26), incluindo ao menos 10 pessoas no centro de Beirute, de acordo com uma contagem da CNN com dados do Ministério da Saúde.
Em uma declaração separada, as Forças de Defesa de Israel (FDI) disseram que a Força Aérea do país “conduziu ataques de inteligência contra dezenas de centros de comando do Hezbollah, lançadores, instalações de armazenamento de armas e locais de infraestrutura terrorista em Beirute, Tiro e Nabatieh” antes do início do cessar-fogo às 4h desta quarta (27), no horário local.
O cessar-fogo de 60 dias visa implementar a Resolução 1701 da ONU, adotada para encerrar a guerra de um mês entre Israel e o Líbano em 2006.
A Resolução estipula que Israel retire todas as forças do sul do Líbano e que os únicos grupos armados presentes no sul do rio Litani devem ser os militares libaneses e as forças de manutenção da paz da ONU.
Entenda os conflitos no Oriente Médio
No final de novembro, foi aprovado um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah. Isso acontece após meses de bombardeios do Exército israelense no Líbano.
A ofensiva causou destruição e obrigou mais de um milhão de pessoas a saírem de casa para fugir da guerra. Além disso, deixou dezenas de mortos no território libanês.
Assim como o Hamas, o Hezbollah e a Jihad Islâmica são grupos radicais financiados pelo Irã, e, portanto, inimigos de Israel.
A expectativa é que o acordo sirva de base para uma cessação das hostilidades mais duradoura.
Ao mesmo tempo, a guerra continua na Faixa de Gaza, onde militares israelenses combatem o Hamas e procuram por reféns que foram sequestrados há mais de um ano durante o ataque do grupo radical no território israelense no dia 7 de outubro de 2023. Na ocasião, mais de 1.200 pessoas foram mortas e 250 sequestradas.
Desde então, mais de 43 mil palestinos morreram em Gaza durante a ofensiva de Israel, que também destruiu praticamente todos os prédios no território palestino.
Em uma terceira frente de conflito, Israel e Irã trocaram ataques, que apesar de terem elevado a tensão, não evoluíram para uma guerra total.
Além disso, o Exército de Israel tem feito bombardeios em alvos de milícias aliadas ao Irã na Síria, no Iêmen e no Iraque.