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    Irã saúda cessar-fogo no Líbano, mas diz que pode reagir a ataque de Israel

    Chanceler afirmou esperar que fim dos combates no Líbano seja permanente

    Sergio GonçalvesMiguel Pereirada Reuters

    O Irã tem o direito de reagir aos ataques aéreos de Israel realizados no mês passado, mas também está levando em conta outros desenvolvimentos na região, disse o ministro das Relações Exteriores do país, Abbas Araqchi, nesta quarta-feira (27).

    Araqchi afirmou a repórteres durante uma viagem a Lisboa que o Irã saúda o acordo de cessar-fogo no Líbano e que espera que seja permanente. O entendimento entre Israel e o Hezbollah entrou em vigor nesta quarta e foi intermediado pelos Estados Unidos e pela França.

    Questionado se o cessar-fogo poderia levar a um alívio das tensões entre Israel e o Irã, ele ponderou: “Depende do comportamento de Israel”.

    “Claro, reservamo-nos o direito de reagir à recente agressão israelense, mas consideramos todos os desenvolvimentos na região”, destacou.

    Ataque de Israel contra o Irã

    Israel atingiu alvos no Irã em 26 de outubro em retaliação a uma barragem de mísseis iranianos lançados contra Israel em 1º de outubro.

    Ali Larijani, um conselheiro sênior do líder supremo do Irã, ressaltou em uma entrevista publicada no domingo (25) que Teerã estava se preparando para responder a Israel.

    Embora o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tenha dito na terça-feira (26) que o Hezbollah havia “retrocedido décadas” com a guerra, Abbas Araqchi pontuou que o grupo armado não havia sido enfraquecido.

    Ele disse que o Hezbollah havia sido capaz de se reorganizar e lutar de volta efetivamente.

    “Esta é a principal razão pela qual Israel aceitou o cessar-fogo… toda vez que eles [o Hezbollah] perdem seus líderes ou comandantes, eles se tornam maiores em número e força”, comentou.

    A fala do chanceler vai ao encontro dos comentários de um integrante sênior do Hezbollah, Hassan Fadlallah, que disse que o grupo emergiria da guerra mais forte e mais numeroso.

    Além disso, a mídia estatal iraniana disse que o Ministério das Relações Exteriores do Irã classificou como “infundada” uma declaração dos ministros das Relações Exteriores dos países do G7 exigindo que Teerã cesse todo apoio à guerra da Rússia contra a Ucrânia.

    Desde a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia em 2022, Rússia e Irã aprofundaram sua cooperação militar e econômica.

    Entenda os conflitos no Oriente Médio

    No final de novembro, foi aprovado um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah. Isso acontece após meses de bombardeios do Exército israelense no Líbano.

    A ofensiva causou destruição e obrigou mais de um milhão de pessoas a saírem de casa para fugir da guerra. Além disso, deixou dezenas de mortos no território libanês.

    Assim como o Hamas, o Hezbollah e a Jihad Islâmica são grupos radicais financiados pelo Irã, e, portanto, inimigos de Israel.

    A expectativa é que o acordo sirva de base para uma cessação das hostilidades mais duradoura.

    Ao mesmo tempo, a guerra continua na Faixa de Gaza, onde militares israelenses combatem o Hamas e procuram por reféns que foram sequestrados há mais de um ano durante o ataque do grupo radical no território israelense no dia 7 de outubro de 2023. Na ocasião, mais de 1.200 pessoas foram mortas e 250 sequestradas.

    Desde então, mais de 43 mil palestinos morreram em Gaza durante a ofensiva de Israel, que também destruiu praticamente todos os prédios no território palestino.

    Em uma terceira frente de conflito, Israel e Irã trocaram ataques, que apesar de terem elevado a tensão, não evoluíram para uma guerra total.

    Além disso, o Exército de Israel tem feito bombardeios em alvos de milícias aliadas ao Irã na Síria, no Iêmen e no Iraque.

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