Mancha Verde x Máfia Azul: 1 mês depois de briga, investigação tem contratempos, 2 presos e 6 foragidos
Sob novo comando, investigadores vão enviar novos dados e imagens para perícia auxiliar em identificação de envolvidos
Nesta quarta-feira (27), a emboscada que terminou em briga generalizada entre torcedores do Palmeiras e do Cruzeiro completa um mês. Nesse meio tempo, a investigação teve contratempos como troca de delegacia e vazamentos, duas pessoas presas e pelo menos seis seguem foragidas.
José Victor Miranda foi morto na Rodovia Fernão Dias na madrugada de 27 de outubro, um domingo. Ele estava voltando pra casa depois da partida contra o Athletico Paranaense.
A emboscada ao ônibus que levava torcedores da Máfia Azul, torcida organizada do Cruzeiro, foi na altura da cidade de Mairiporã, em São Paulo. Os torcedores da Macha Verde, torcida organizada do Palmeiras, tinham assistido o time empatar com o Fortaleza, do Ceará, na capital paulista.
Nas contas de fontes ouvidas pela CNN e que auxiliam na investigação, há pelo menos 150 envolvidos, dos quais 100 poderiam ser identificados com base nas provas coletadas. Pelo menos oito mandados de prisão foram expedidos e duas pessoas foram presas, entre elas um homem que foi detido nessa terça (26). Há, portanto, pelo menos seis foragidos.
A ideia agora é usar os dados de celulares apreendidos, as placas de carros flagrados, as imagens de câmeras da estrada e também do pedágio para pedir à perícia mais uma leva de identificações e, assim, pleitear junto à Justiça, mais mandados de busca e apreensão e prisão.
No meio do caminho, depois de vazamentos de informações cruciais para identificar o paradeiro dos suspeitos, o caso foi transferido de delegacia.
Saiu das mãos da Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) e passou a ser conduzido pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa, o DHPP, que tem mais experiência em investigação de crimes onde os autores ainda não são identificados.
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Ônibus com torcedores do Cruzeiro foi atacado no interior de SP • Reprodução
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Ônibus com torcedores do Cruzeiro foi atacado no interior de SP • Reprodução
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Integrantes da Mancha atearam fogo contra ônibus da Máfia Azul • Rafael Oliva/Itatiaia
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Integrantes da Mancha atearam fogo contra ônibus da Máfia Azul • Reprodução
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Ônibus com torcedores do Cruzeiro foi atacado no interior de SP • Reprodução
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O homem de 30 anos, morador de Sete Lagoas (MG), morreu após lesões causadas por barra de ferro, de acordo com informações da Itatiaia. Ele deixa um filho de 10 anos. • Reprodução
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Ônibus com torcedores do Cruzeiro foi atacado por torcedores da Mancha Verde, no interior de SP, • Reprodução
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Jorge Luiz Sampaio Santos, presidente da Mancha Verde • Reprodução
Outro fator determinante para a transferência foi a identificação errada de um dos envolvidos que chegou a ter o mandado de prisão expedido pela Justiça.
O Ministério Público percebeu o erro e até formulou um pedido de “contramandado de prisão”. Embora a troca de delegacias possa dar celeridade ao caso, fontes ouvidas pela CNN falam em “retrabalho”.
Os torcedores palmeirenses que participaram da emboscada devem responder pelo homicídio de Miranda e pelo menos outras três tentativas de homicídio contra outras pessoas que ficaram feridas.
Segundo as fontes, os promotores que atuam no caso não descartam responsabilizá-los pela tentativa de homicídio de todos os torcedores cruzeirenses que estavam no ônibus, o que aumentaria significativamente a pena potencial para os envolvidos.