“Trump não tem uma estratégia para acabar com as guerras”, diz especialista ao WW Especial
Sidney Leite, especialista em Relações Internacionais, afirma que o ex-presidente dos EUA tende a adotar abordagem tática em vez de planejamento estratégico
O especialista em Relações Internacionais, Sidney Leite, afirmou que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, não possui uma estratégia clara para encerrar os conflitos globais em curso, como o conflito envolvendo Israel e Hamas e a Guerra na Ucrânia.
Leite destaca que o político republicano lidará com um mais cenário complexo do que o visto em seu primeiro mandato. Isso seria causado, justamente, pela instabilidade geopolítica.
Segundo o especialista, a primeira gestão de Trump foi marcada por uma abordagem contemporânea, distante do modelo tradicional de estratégia baseado em planejamento de longo prazo e metas bem definidas.
“A primeira gestão do Trump, e penso que isso não vai sofrer grandes alterações, será muito de uma estratégia próxima das táticas”, explicou Leite.
Ele pontua que Trump não conta com uma estratégia definida para lidar com os conflitos atuais. Para o especialista, as decisões do republicano serão tomadas a partir da “ação tática do dia a dia.”
Leite diz achar provável que o presidente americano eleito vá “remodelando a sua estratégia diante dos cenários que vão se acentuando num momento muito mais conflituoso do que da primeira gestão dele”.
Gabinete de Trump
Donald Trump anunciou, nesta sexta-feira (22), diversos nomes para seu gabinete e outros cargos administrativos. O principal deles foi Scott Bessent, para a secretaria do Tesouro.
Bessent, de 62 anos, aconselhou Trump sobre política econômica na campanha eleitoral e é o fundador do fundo de cobertura Key Square Capital Management.
O cargo de secretário do Tesouro é visto como o principal cargo financeiro em qualquer administração e se tornou uma posição de troféu para muitos doadores do Wall Street.
Se confirmado pelo Senado, os primeiros dias de Bessent no cargo podem ser ainda mais desafiadores do que o normal, pois ele terá que enfrentar uma pressão para abordar o limite da dívida federal e as promessas de campanha de Trump.
Confira os nomes abaixo:
- Russell Vought para o Gabinete de Gestão e Orçamento da Casa Branca. Vought foi um dos principais autores do Projeto 2025, o controverso projeto de política conservadora, e foi diretor orçamental de Trump durante a sua primeira administração.
- Lori Chavez-DeRemer para secretária do Trabalho. Congressista representa o Oregon na Câmara dos Deputados.
- Dra. Janette Nesheiwat como Autoridade Médica Nacional. Cargo é conhecido como “surgeon general”, nos Estados Unidos.
- Alex Wong como principal vice-conselheiro de segurança nacional. Trump citou o trabalho de Wong em relação à Coreia do Norte, ao Leste Asiático e ao Pacífico durante o seu primeiro mandato.
- Sebastian Gorka como diretor sênior de contraterrorismo. “Dr. Gorka é um imigrante legal nos Estados Unidos, com mais de 30 anos de experiência em Segurança Nacional”, disse Trump.
- Dr. Dave Weldon para lider Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC). O CDC se enquadra na área de Saúde e Serviços Humanos, para a qual Trump escolheu Robert F. Kennedy Jr.
- Dr. Marty Makary para comissário da Food and Drug Administration (FDA).
- Scott Turner para o Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano. Ex-jogador da NFL deve liderar pasta conhecida coloquialmente como HUD.
WW Especial
Apresentado por William Waack, programa é exibido aos domingos, às 22h, em todas as plataformas da CNN Brasil.
