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    Parentes de presos na Venezuela pedem liberação ao Ministério Público

    Familiares alertam que marcharão até ao Palácio Presidencial de Miraflores no dia 1 de dezembro

    Osmary Hernándezda CNN

    Várias foto e nomes de pessoas presas após as eleições de 28 de julho na Venezuela foram expostas na quinta-feira (22) em frente à sede do Ministério Público em Caracas para exigir que as autoridades cumpram as 225 libertações anunciadas. Familiares afirmam ter registrado apenas 140 casos de pessoas que deixaram centros de detenção.

    “O procurador-geral sabe que tem em mãos as provas da inocência dos nossos familiares”, disse Diego Casanova, irmão de um dos detidos, acrescentando: “Eles não cometeram crimes terroristas”.

    Junto a outros membros do Comitê para a Liberdade dos Presos Políticos, bem como outros familiares, ele assinou um documento no qual pedem medidas humanitárias para passar um Natal sem os seus entes queridos atrás das grades.

    Yuzmery García, mãe de um dos detidos na prisão de Tocorón, apelou ao presidente Nicolás Maduro, lembrando que ele disse que haveria justiça e que os casos seriam revistos.

    “Coloque a mão no coração, reveja os casos. Precisamos de um Natal sem presos políticos”, disse ela. García afirmou que os detidos na prisão onde se encontra o seu filho passam fome e não têm água e que os familiares estão fora da prisão sem dormir à espera de alguma medida a favor destas pessoas.

    A CNN consultou o Ministério do Poder Popular do Serviço Penitenciário venezuelano sobre essas reclamações e aguarda resposta.

    García disse que ao tomar conhecimento do processo de revisão dos autos pensou que seu filho poderia ser favorecido, mas isso não aconteceu. De acordo com as informações disponíveis, apenas quem teve algum problema de saúde foi beneficiado.

    Em meados de novembro, Maduro pediu aos juízes e ao procurador-geral, Tarek William Saab, para analisarem os detidos caso a caso, e recomendou que “haja justiça”, se houvesse algum caso  que precisasse de ser retificado e revisto.

    Desde 12 de novembro, o Ministério Público começou a receber os familiares dos acusados ​​para verificar os arquivos e três dias depois começaram as libertações em prisões como Tocuyito, Tocorón, Yare e La Crisálida.

    O Comitê e outras ONGs, como o Foro Penal Venezuelano, asseguram que, na maioria dos casos, os presos são acusados ​​de terrorismo, incitação ao ódio e obstrução de vias públicas. Se forem considerados culpados, enfrentarão a pena máxima de 30 anos.

    A CNN contatou o Ministério Público sobre estas alegações, mas ainda não obteve resposta.

    Recentemente, o procurador reiterou que “225 venezuelanos que receberam medidas cautelares foram libertados”. No entanto, ele alertou que aqueles que forem considerados culpados serão condenados.

    Após as eleições em que o Conselho Nacional Eleitoral proclamou o presidente Nicolás Maduro como vencedor, sem apresentar resultados detalhados por estado ou centro de votação, milhares de cidadãos manifestaram-se publicamente para rejeitar o anúncio.

    A oposição recolheu os registos eleitorais através das suas testemunhas e afirma poder provar que o verdadeiro vencedor foi o seu candidato, Edmundo González. Maduro acusou-os de quererem incendiar as ruas e garantiu que 2.500 pessoas foram detidas após as eleições, enquanto o Foro Penal contabiliza 1.848 detenções pós-eleitorais.

    Os familiares dos detidos alertam que, caso os seus filhos não sejam libertados, marcharão até ao Palácio Presidencial de Miraflores no dia 1 de dezembro.

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