Múcio à CNN: “Espero que a PF traga tudo à tona”
Ministro da Defesa defende investigação contra militares em operação que revelou plano de assassinato de Lula
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse à CNN que interessa às Forças Armadas o esclarecimento sobre investigações que indicam a participação de militares no planejamento de um golpe de estado e em um plano para matar o presidente Luiz Inacio Lula da Silva (PT), o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
“Esse negócio constrange (…) Interessa às Forcas Armadas que [a participação de militares no caso] seja esclarecido para colocar a culpa no CPF e não no CNPJ”, disse.
A operação Contragolpe foi deflagrada na terça-feira (19), com a prisão de quatro militares – sendo um deles general da reserva e três tenentes-coronéis com formação nas forças especiais chamados de “kids pretos”. Além de um policial federal.
À CNN ainda, Monteiro disse que conversou brevemente com presidente Lula sobre a operação e que lhe avisou que estava ‘tudo sob controle’ entre os militares, que segundo o ministro, desejam o esclarecimento dos fatos.
“Espero que a PF traga tudo à tona para que essa pecha saia de quem está na ativa”, respondeu.
José Múcio Monteiro disse ainda que não tem ideia de quem está sendo investigado, o que gera um clima de insegurança, mas que não há o que fazer diante do sigilo previsto em operações da Polícia Federal.
Ele disse ter mudado de ideia sobre antecipar informações de militares arrolados em operações à Defesa.
No ano passado, Múcio pediu à Polícia os nomes de militares que estiveram com o hacker Walter Delgatti para conversar com militares sobre supostas vulnerabilidades das urnas eletrônicas. À época, o pedido foi negado e gerou mal-estar entre a PF e a Defesa.